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Garotos são esquartejados em Ribeirão
Por Evandro De Marco, Isis Correia, Raquel de Medeiros
07/09/2008 | 07:04
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Um segurança é suspeito de ter assassinado seus dois filhos com a ajuda da madrasta no final da tarde de sexta-feira, na Vila Aurora, em Ribeirão Pires.

Os corpos de Igor Giovanni, 12 anos, e João Vitor dos Santos Rodrigues, 13, foram encontrados na madrugada de sábado. Os dois irmãos teriam sido sufocados com sacos plásticos em casa pelo pai, João Alexandre Rodrigues, 39, que depois teria queimado e esquartejado os corpos com a ajuda da madrasta das crianças, Eliane Aparecida Antunes Rodrigues, 35, com quem os dois meninos teriam um relacionamento ruim.

As partes dos corpos foram embaladas em cinco sacos e deixadas junto ao lixo doméstico em dois locais diferentes da Rua Cândido Mota, no Centro de Ribeirão Pires, onde vivia a família.

Na madrugada de sábado, um dos lixeiros que faziam a coleta no bairro percebeu uma das partes dos corpos dos garotos quando foi compactar os sacos de lixo no baú do caminhão. "Vi um pé e pensei que era de uma boneca. Nunca poderia imaginar que seria de uma criança", lamentou assustado Jailson José de Assis Evaristo.

O motorista do caminhão, Liordino Teixeira Santos, custou a acreditar no que estava acontecendo. "Doze anos trabalhando com lixo e eu nunca vi nada assim."

Os lixeiros foram à delegacia, onde descobriram mais partes das duas crianças dentro do caminhão. O restante foi encontrado quando o veículo de coleta já estava no aterro sanitário.

A polícia chegou aos prováveis autores do crime porque dois guardas civis municipais desconfiaram de que os corpos encontrados poderiam ser de dois irmãos que tinham pedido ajuda para eles na base móvel da guarda na última quarta-feira.

"Eles apareceram à noite dizendo que a madrasta havia dado dinheiro para eles sumirem de casa, só que os dois tinham gastado tudo", revelou um dos GCMs.

Ainda de acordo com o guarda, os irmãos pediam para voltar a um abrigo em que haviam estado por um ano devido a problemas familiares.

Os guardas levaram os garotos à delegacia, que entrou em contato com o Conselho Tutelar. A entidade teria recomendado que os garotos voltassem para a família e assim os policiais o fizeram.

"Eles insistiam em voltar para o abrigo. Não queriam ir para casa de jeito algum", relatou um dos guardas.

A irmã do pai dos meninos, Magali Santos Melo, disse que os garotos a procuraram na última quarta-feira.

Com o encontro dos corpos, os GCMs sugeriram ao delegado de plantão que fosse até a casa da família. "Quando chegamos, a madrasta estava nervosa. Disse que os meninos tinham ido para a escola e não voltaram. Encontramos, no quintal, manchas de sangue e marcas de fogo. São indícios muito fortes", disse um dos guardas.

Eliane foi presa por volta das 3h. À polícia, a madrasta acusou o marido e disse ter somente ensacado os corpos.

O pai foi detido por volta das 6h30, quando chegava do trabalho. Ele é segurança em uma empresa de São Bernardo, nega o crime e ainda não havia prestado depoimento até o fechamento desta edição. O delegado seccional de Santo André, Luiz Carlos dos Santos, disse que já pediu a prisão temporária do casal.




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