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Cultura japonesa na nossa programação
Por Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
04/12/2010 | 07:11
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Arquivo/DGABC


O universo da chamativa cultura japonesa sempre chamou a atenção dos brasileiros. Apesar da curiosidade, o público nacional ainda tem poucas informações sobre como e quando ocorreu a união – entre certos aspectos – entre Brasil e Japão. Uma das vertentes mais populares que unem os dois povos são os animês, como são chamados os desenhos animados nipônicos, e parte de sua trajetória é contada em 'A Presença do Animê na TV Brasileira' (Editora Laços, R$ 22,90, 104 páginas).

O tema pode render muito material e foi importante haver um foco para o trabalho. “Falar de animês em VHS, DVD’s, fansubbers não estava no meu projeto porque o foco é a TV”, afirma a jornalista Sandra Monte, autora do livro. “Nos últimos anos, percebi que há livros sobre a cultura pop japonesa, mas não há nenhum que fale desta relação do animê com a estrutura de nossa televisão.”

A publicação analisa a chegada das primeiras atrações entre as décadas de 1960 e 1970, passando pela popularização do gênero nos anos 1990 e o seu atual momento de consolidação nas grades de diversas emissoras – seja em rede aberta ou nos canais fechados. Os sucessos recentes Dragon Ball, Pokémon, Naruto e Samurai X são citados ao lado de clássicos, como Speed Racer, Zillion e A Princesa e o Cavaleiro. Outras animações pouco conhecidas do grande público também ganham espaço.

Um dos destaques é o capítulo dedicado a contextualizar o motivo de enorme e inesperado sucesso de Os Cavaleiros do Zodíaco, transmitido inicialmente pela extinta TV Manchete a partir de 1994. “De forma geral, Cavaleiros do Zodíaco apresentou os animês aos brasileiros. Questões políticas, econômicas e sociais, como o advento do Plano Real, e culturais daquele período foram fundamentais para sua explosão”, explica Sandra.

A dependência do mercado norte-americano para se trazer novas atrações, as dificuldades para se apontar o primeiro animê a passar na TV no Brasil e as complicações referentes a classificação indicativa das animações são abordadas. Um bem-vindo anexo com a lista de títulos que já passaram por aqui complementa a publicação.

Não espere que a autora traçe algum tipo de panorama sobre os animês no Brasil e que seu livro tenha pretensões de ser uma enciclopédia. Trata-se de um projeto com tom mais informativo do que nostálgico. Ao falar de algo tipicamente japonês, a obra apresenta um pouco da história brasileira.




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