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Vice iraquiano reafirma não ter armas de destruição em massa
Da Agência EFE
27/08/2002 | 09:05
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O vice-presidente do Iraque, Taha Yassin Ramadan, reiterou nesta terça-feira que seu país não tem armas de destruição em massa, em declarações divulgadas antes de sua viagem à Síria, onde vai presidir a delegação de seu país no Comitê Bilateral de Cooperação Sírio-Iraquiano.

"A missão dos inspetores (de armas da ONU) no Iraque terminou, todas as atuações referidas à inspeção foram feitas e foi comprovada que não havia armas", disse Ramadan, em declarações publicadas pelo semanário iraquiano "Rafidain", controlado pelo governo.

Os especialistas das Nações Unidas encarregados de supervisionar o desmantelamento do arsenal iraniano de destruição em massa saíram do Iraque em dezembro de 1998, horas antes do último bombardeio em massa cometido por americanos e britânicos contra território iraquiano.

Bagdá acusou então os membros das equipes de inspeção da ONU de atuar como espiões para EUA e Israel e alguns dos especialistas reconheceram que "trocavam" informação com os serviços secretos desses países.

O eventual regresso dos inspetores de armas, exigido pela ONU, pode ser a medida fundamental para evitar um possível ataque ao Iraque sugerido pelos EUA e pelo Reino Unido, embora Washington insista que seu objetivo é derrocar o regime do presidente Saddam Hussein.

Em qualquer caso, em suas manifestações, o vice-presidente iraquiano repete a oferta de seu país de "estabelecer um diálogo com os Estados Unidos para resolver os problemas referentes aos inspetores de armas".

"Nós, no Iraque, dizemos que a inspeção terminou e eles, os americanos, dizem que não. Então, dialoguemos para avaliar os fatos e solucionar as diferenças", disse Ramadan.

Apesar disso, o vice-presidente iraquiano considera que os Estados Unidos "planejam atacar o Iraque, inclusive se admitirmos a volta dos inspetores da ONU, por isso procura outros pretextos e desculpas".

Bagdá se nega a permitir a volta dos inspetores de armas enquanto a ONU não suspender o embargo internacional imposto ao Iraque desde agosto de 1990, quando suas tropas invadiram o Kuwait, emirado libertado no começo de 1991 por uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.

A visita de Ramadan à Síria, embora a princípio esteja destinada a aumentar a cooperação econômica, foi incluída por comentaristas árabes na "ofensiva diplomática" do Iraque para buscar apoios que impeçam um eventual ataque de EUA e Reino Unido ao país.

Nos últimos meses, o Iraque está empenhado em tecer uma rede de interesses com seus países vizinhos e outros, como a Rússia e a China, baseada em importantes contratos comerciais, para incitar o apoio desses Estados e sua oposição a eventuais ataques contra seu território.

Após Damasco, Ramadan deve viajar quinta-feira para Beirute, onde previsivelmente falará com o chefe do Estado libanês, Emile Lahud, que atualmente preside a Cúpula Árabe, sobre as ameaças dos EUA de atacarem o Iraque.

Na última Cúpula Árabe, no final de março em Beirute, os 22 membros da Liga Árabe manifestaram sua firme oposição a um eventual ataque ao Iraque, que consideram que pode desestabilizar o Oriente Médio e colocar a segurança mundial em perigo.




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