Política Titulo Pulo arriscado
Dez vereadores miram quebrar tabu e ir ao Paço

Em 20 anos, apenas seis eleitos saíram de Câmaras do Grande ABC para o cargo de prefeito

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
13/07/2015 | 07:00
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Pelo menos dez vereadores no Grande ABC tentam quebrar o tabu e obter sucesso com candidatura à Prefeitura na eleição do ano que vem. A empreitada é arriscada. Prova da ameaça ao mandato parlamentar é que em 20 anos, o que compreende cinco pleitos subsequentes desde 1996, somente seis eleitos saíram da Câmara direto ao cargo máximo do Executivo. Por outro lado, até a disputa de 2012 o número era metade: apenas Oswaldo Dias (PT, Mauá), Adler Kiko Teixeira (PSC, Rio Grande da Serra) e Aidan Ravin (PSB, Santo André) tiveram êxito. No último páreo, Paulo Pinheiro (PMDB, São Caetano), Lauro Michels (PV, Diadema) e Saulo Benevides (PMDB, Ribeirão Pires) dobraram o percentual.

Há três anos, 13 políticos das Câmaras falavam em candidatura própria, porém só oito de fato sacramentaram projeto solo. Cinco ficaram no meio do caminho. Desta vez, a má avaliação de parte dos prefeitos e desgaste do PT têm pesado para engrossar o discurso.

Em território andreense (confira quadro acima), os vereadores Ailton Lima (SD) e Luiz Zacarias (PTB) se colocam como pré-candidatos ao Paço, com apoio das respectivas executivas estaduais das legendas. Com experiência no Legislativo, ambos negam receio da transição de poderes e descartam recuar no projeto de encabeçar chapa majoritária, embora são sondados por outros nomes da concorrência local para compor dobrada. Caso a proposta se efetive até a convenção partidária, que deve ocorrer no máximo até fim de junho de 2016, será a primeira vez que os dois se aventuram pelo posto, assim como a grande maioria do cenário atual.

São Bernardo também pode figurar com dois quadros neste mesmo contexto: Rafael Demarchi (PSD) e Marcelo Lima (PPS). O pessedista é cotado para ser o postulante do G-9, ala independente ao petismo na Casa e que rejeitou, recentemente, investida do Executivo. Houve aceno por abertura do governo. O popular-socialista, por sua vez, foi convidado para integrar plano solo do SD e tende a migrar de sigla.

Em São Caetano, Beto Vidoski (PSDB) entrou na lista de apostas para liderar projeto ao Palácio da Cerâmica. O tucano tem bom trânsito com a direção paulista. Diadema contém os parlamentares Manoel Eduardo Marinho, o Maninho, e José Antônio da Silva, na briga pela preferência interna no PT, apesar de a legenda não tirar o ex-prefeito José de Filippi Júnior do rol de prioridade mesmo com o desgaste sofrido com as denúncias em Brasília. No PSB, hoje governista, Vaguinho do Conselho insiste em apresentar-se alternativa na cidade.

Cincinato Freire (PDT), de Mauá, é o único cogitado da vereança regional que já disputou a cadeira na Prefeitura. Isso ocorreu em 2000, então pelo PL, sendo derrotado por Oswaldo Dias, que concorria pela reeleição. Em princípio, o pedetista volta a ser lançado e pode novamente enfrentar um prefeito petista – desta vez Donisete Braga – nas urnas.

Em Ribeirão Pires, Renato Foresto, representante solitário da sigla no Legislativo, tem sido alvo para encampar o proposta. Depois de deixar o Paço em 2004, com Maria Inês Soares, o partido não conseguiu se reconstruir. Rio Grande da Serra tende a contar com a candidatura do ex-presidente da Câmara Edvaldo Guerra (PV), perto de filiar-se ao PMDB.




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