Tudo teve início na segunda-feira, quando Garotinho, em entrevista ao Jornal Nacional, se comprometeu a liberar a transcrição das fitas desde que ficassem de fora os trechos com referências à sua vida pessoal. Essas fitas foram gravadas a partir de grampos telefônicos realizados pelo empresário Guilherme Freire, ex-colaborador de campanha do candidato. Foi Freire quem o acusou de participar do esquema de suborno.
A Rede Globo deveria divulgar a transcrição das fitas na quarta-feira, mas alega que foi surpreendida por uma imposição de Garotinho: o presidenciável só liberaria o conteúdo das gravações se a emissora colocasse no ar declarações suas "com ataques e insinuações sem provas" contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a José Serra (PSDB).
O apresentador e editor-chefe do Jornal Nacional, William Bonner, informou que, como a emissora não aceitou tais condições, o candidato manteve a censura às fitas. Bonner ressaltou que a emissora havia concordado em não colocar no ar os trechos com referências à vida pessoal dele.
No final da noite desta sexta-feira, Garotinho divulgou uma nota intitulada "A Globo mentiu", em que afirma que a emissora distorce informações e engana a opinião pública. "A TV Globo, numa demonstração clara e explícita de defesa do candidato do governo, se recusou a colocar no ar minhas declarações. Talvez, os interesses econômicos das Organizações Globo estejam se sobrepondo ao bom jornalismo. Diante da postura mentirosa da TV, vamos buscar na Justiça a reparação da verdade", afirma.
Garotinho nega ter feito ataques a outros candidatos e garante que apenas pediu "igualdade de condições". "Agindo desta forma, a TV Globo repete sua trajetória histórica de interferência nos processos eleitorais para a Presidência da República, como fez em 89, ao editar vergonhosamente o debate entre Collor e Lula, dando vitória ao candidato de sua preferência", diz a nota.
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