Segundo o dirigente sindical, das nove reunioes que o governo manteve com os líderes do MUBC nos últimos nove meses, Padilha só teria participado de cinco. "Nos últimos encontros, ele só mandava representantes, numa clara demonstraçao de descaso com as nossas reivindicaçoes."
Pereira garantiu que nao haverá bloqueio de estradas na segunda-feira. A orientaçao, explicou o sindicalista, é que os caminhoneiros estacionem seus veículos em postos de gasolina e nos acostamentos. "Mas vamos denunciar qualquer agressao policial que possa vir a acontecer contra nossos companheiros", ameaçou Pereira. "Temos direito à greve, nao somos guerrilheiros, mas trabalhadores." De acordo com o sindicalista, a expectativa é de que 1 milhao de caminhoneiros dos 1,5 milhao existentes no País participem da paralisaçao.
Um provável sucesso da greve poderá desgastar Padilha no governo. O ministro dos Transportes acredita no fracasso da paralisaçao, porque aposta na divisao entre as lideranças dos caminhoneiros. A Federaçao Nacional dos Caminhoneiros (Fenacam), liderada por Diumar da Cunha Bueno, presidente do Sindicato dos Caminhoneiros do Paraná (Sindicam-PR), é contrária à greve.
Na sexta-feira, a pedido do presidente Fernando Henrique Cardoso, José Gregori entrou nas negociaçoes, numa demonstraçao de que Padilha começa a perder prestígio no governo. O ministro da Justiça já anunciou que pretende buscar até o último momento um acordo para evitar a greve.
Na sexta-feira, ele participou de uma reuniao de oito horas com dirigentes do MUBC, mas o impasse entre governo e caminhoneiros nao foi solucionado. Num primeiro momento, Gregori conversou com Nélio Botelho, presidente da entidade. Depois, Padilha foi chamado a participar. A pauta de negociaçoes da categoria tem 11 itens, mas o principal entrave é o pedágio nas rodovias, sobretudo as privatizadas. Os caminhoneiros querem isençao ou uma taxa fixa de R$ 1 por eixo. Hoje, eles pagam de R$ 3 a R$ 4,80 por eixo.
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