Esportes Titulo Descaso
Problemas do Bruno Daniel aumentam

Além dos antigos, relacionados à demolição da marquise,
estádio também apresenta outra lista de exigências urgentes

Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
16/01/2012 | 07:30
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Promessas, promessas e mais promessas. A Prefeitura de Santo André parece não saber o que fazer com o Estádio Bruno Daniel, um dos principais cartões postais da cidade. Para acalmar a crítica, a tática é prometer e ganhar tempo. O prefeito Aidan Ravin (PTB) veio a público em maio de 2010 e garantiu que o local seria reformado, espalhou outdoors pela cidade, mas a obra não saiu do papel. Recentemente, o chefe do Executivo falou em proposta europeia para transformar o Brunão em arena multiuso, mas o que se vê ao passar pelo local é a prova física do descaso com que vem sendo tratado o esporte andreense.

E o pior está por vir. O Santo André conseguiu que o local fosse liberado para receber os jogos do Paulista da A-2, mas apenas com metade da capacidade - 8.000 torcedores - e sem iluminação artificial, ou seja, as partidas como mandante serão disputadas nos períodos da manhã ou da tarde. Para participar da Série C do Campeonato Brasileiro a partir de julho, a história será diferente. Se as exigências da Confederação Brasileira de Futebol não forem cumpridas a tempo, o Ramalhão ficará sem campo para jogar e pode até ficar fora da competição.

O Bruno Daniel foi vistoriado dia 23 pelo engenheiro Reginaldo Cordeiro, integrante da Comissão Nacional de Inspeção de Estádios, e os responsáveis pelo local receberam relatório com série de intervenções necessárias para receber jogos dos campeonatos organizados pela CBF. São exigências que variam das mais simples, como instalar sinalizações para pessoas portadoras de necessidades especiais, até outras mais complexas, como construir muro isolando o estacionamento de atletas e árbitros da torcida.

Os sanitários também terão de passar por sérias adequações, assim como precisará ser construído alambrado para divisão das torcidas. Nos jogos, será necessária a presença de segurança ou policial militar no portão que dá acesso da arquibancada para o vestiário.

A maior parte das exigências foi motivada pela invasão da torcida ao saguão do vestiário após o empate (1 a 1) com o Joinville, em agosto de 2011, pelo Campeonato Brasileiro da Série C.

Nos últimos dias, o Diário procurou a Prefeitura para questionar sobre o que será feito para solucionar os problemas antigos - limpeza do entulho que restou com a demolição da marquise, reconstrução dos degraus danificados, reinstalação das cadeiras numeradas, entre outras - e os novos. Entretanto, como tem se tornado comum, nenhum representante do Paço apareceu para se explicar. A impressão é que a Prefeitura planeja continuar empurrando os problemas com a barriga.

 

Cidade deixa de arrecadar com aluguel

 

A Prefeitura de Santo André tem deixado de arrecadar com o descaso com o Bruno Daniel. Ao contrário de anos anteriores, quando o estádio era alternativa para os times de São Paulo mandarem suas partidas no início da temporada, hoje o local não está em condições nem de receber com segurança os jogos do Ramalhão.

Com o gramado da Vila Belmiro passando por manutenção, o Santos vai rodar pelos estádios da região nas próximas semanas. O clube fechou com São Caetano e vai usar o Anacleto Campanella logo na estreia no Campeonato Paulista, dia 26, contra o Ituano. E o clube jogará também em São Bernardo, no Estádio 1º de Maio, pela sétima rodada do Estadual, diante do Linense.

O Santos deve pagar cerca de 12% da renda ao município. O 1º de Maio, por exemplo, tem capacidade para receber 15 mil torcedores com tranquilidade. Considerando o valor de R$ 30, mínimo exigido pelo regulamento do Paulistão, a renda ficaria próxima dos R$ 450 mil. Assim, o Peixe deve pagar cerca de R$ 54 mil aos responsáveis pelo estádio onde vai jogar.

Enquanto os vizinhos lucram alto com suas praças esportivas, Santo André apenas observa. Além de não ganhar nada, a cidade deixa de oferecer aos munícipes a oportunidade de ver de perto grandes craques, como o atacante Neymar.

 




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