O motorista que pretende viajar pelo Estado de São Paulo no final do ano deve preparar o bolso para arcar com os pedágios. São 91 postos de cobrança espalhados pelas estradas paulistas. Há tarifas que chegam a custar quase R$ 15 e, para ir a algumas cidades, é preciso passar por mais de cinco praças.
Para cruzar os 308 quilômetros (ida e volta) que separam São Paulo de Limeira, por exemplo, é necessário passar por oito pedágios, num gasto de R$ 36. Somando o combustível, a viagem sai por, aproximadamente, R$ 87 – R$ 0,56 por quilômetro rodado. Para se ter uma idéia de como o custo é elevado, basta comparar o valor de uma viagem de carro da Capital a Florianópolis (700 quilômetros). Como o trecho não tem cobrança, o preço cai para R$ 0,33/km.
Mesmo assim, muitos motoristas preferem viajar pelas rodovias pedagiadas, principalmente por aquelas sob concessão, que concentram 85% das cobranças. Com 3,5 mil quilômetros de estradas, elas acumulam 60% do fluxo de veículos do Estado, segundo a Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo).
Para o professor de engenharia civil da FEI (Fundação Educacional Inaciana), de São Bernardo, Valter Prieto, a preferência se deve à qualidade e segurança desses trechos. “O risco de acidentes é menor e o socorro é mais eficiente. A cada quilômetro, há um telefone. Realmente, fica mais caro para os usuários, mas vale a pena.” Nascido em Catanduva, a 400 km de São Bernardo, ele admite, porém, que diminuiu a freqüência de viagens para visitar os parentes.
Pesquisa da CNT (Confederação Nacional do Transporte) divulgada em outubro confirma o que diz Prieto. Técnicos da CNT avaliaram 100% da malha rodoviária federal pavimentada e os principais trechos sob gestão estadual e sob concessão. O resultado mostra que as condições das estradas pedagiadas são melhores.
O estado geral das vias, levando em conta pavimento, sinalização e características geométricas, foi considerado ótimo e bom em 25% das rodovias avaliadas. Quando se refere apenas às pedagiadas, a porcentagem cresce para 79%. Resultado parecido com o das estradas do Estado de São Paulo: 73,5%.
Entre as 20 primeiras colocadas no ranking, todas são paulistas e pedagiadas – três delas administradas pelo Estado. A campeã é a rodovia dos Bandeirantes (SP-348), da Autoban, que liga São Paulo a Limeira.
Outro dado, do próprio DER (Departamento de Estradas de Rodagem), mostra que o número de vítimas fatais nas estradas concedidas é menor. Nelas, em 2005, morreram 763 pessoas – 5,4 vítimas para cada 100 mil veículos. Índice 50% menor que o registrado nas estatais, com 1.457 mortes – 10,3 para cada 100 mil veículos – no mesmo período.Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.