Munícipes relatam ameaça de desapropriação
sem haver acordo por compensação financeira
Moradores do Jardim das Oliveiras 3, onde estava situado o antigo Lixão do Alvarenga, em São Bernardo, registraram BO (Boletim de Ocorrência) contra o governo do prefeito Luiz Marinho (PT) por ameaça. Segundo os munícipes, funcionários da Prefeitura têm pressionado com frequência pela desapropriação da área.
A Rua Porto Feliz é palco de extensa batalha jurídica. A administração de São Bernardo ingressou na Justiça para desapropriar 28 residências, alegando que o terreno estava contaminado e que há projeto de revitalização. Os moradores acusam o Paço de oferecer valores irrisórios pelas casas devidamente registradas e de praticar “terrorismo”, justificando que ação já foi julgada a favor da gestão municipal – o caso, porém, ainda está em tramitação.
“Prefeitura está omitindo a verdade, além de (promover) inúmeras ameaças, falando que há imposição do juiz, quando, de fato, não há. Tramita o processo desde 1995. O que existe é depreciação de valores, pois eles querem a desapropriação, alegando que é área de risco”, afirmou o advogado Anselmo Negro Puerta, que representa a associação do bairro. “Os moradores obtiveram suas propriedades de maneira legítima, sendo pagos os valores da época em questão. Estão querendo tirar pessoas de suas próprias casas”, adicionou.
No BO, nenhum nome de funcionário foi citado. Mas moradores afirmam que os primeiros contatos foram capitaneados pelo secretário de Gestão Ambiental, João Ricardo Guimarães Caetano – não há acusação formal, por parte dos moradores, ao titular da Pasta.
“Nunca nos negamos a sair, mas queremos o preço justo por cada imóvel e isso foi o que nos foi prometido desde o início”, relatou Elaine Valadares dos Santos, que reside no Jardim das Oliveiras 3 há 17 anos. Ela revelou que a administração petista ofereceu R$ 110 mil pela sua casa, que tem 120 metros quadrados. “Lanço o desafio de encontrar qualquer imóvel em São Bernardo por esse preço e que tenha essa metragem, onde eu possa colocar quatro pessoas.”
O vereador oposicionista Julinho Fuzari (PPS) acompanhou o registro de BO no 3º DP (Assunção) e reclamou da postura de Marinho. “Demonstra novamente falta de respeito deste governo com os munícipes, tentando ludibriar, oferecendo algo que não dá para comprar nada, além de não dar respaldo para direcionar pessoas, que moram lá há mais de uma década. Cadê o compromisso social que o PT defende? Precisa ser justo quanto ao valor, trabalhando com responsabilidade.”
Por nota, a Prefeitura informou “que está chamando individualmente os moradores para negociar os valores das desapropriações e que não há depreciação”.
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