Os líderes da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) reunidos em uma reunião de cúpula em Riga, na Letônia, realizaram progressos significativos para reforçar a missão da Aliança Atlântica no Afeganistão e responder à insurgência talibã neste país.
No fim do encontro de dois dias, os 26 aliados se comprometeram a garantir que a missão da Otan no Afeganistão terá as forças, recursos e flexibilidade necessárias para executar com êxito suas operações.
"Há um acordo total de que a credibilidade da Otan está em jogo", disse o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, que ao lado do presidente americano, George W. Bush, exigiu dos sócios transatlânticos um esforço maior na operação da Isaf (Força Internacional de Assistência à Segurança), comandada pela Aliança no Afeganistão.
Os 26 países membros aceitaram uma flexibilidade maior na utilização de suas tropas em caso de emergência, por exemplo, no sul afegão, cenário de um aumento da violência por causa da insurgência talibã.
"Houve compromissos para enviar mais forças e mais equipamentos, e um número adicional de flexibilidades para o deslocamento de tropas", disse o premiê britânico.
A chanceler alemã Angela Merkel afirmou que não existe motivo para mudar o mandato das tropas alemãs, mas que estes oficiais estão prontos para prestar auxílio em situações de emergência em outras regiões do Afeganistão.
A França anunciou o envio de dois helicópteros do tipo Cougar para o transporte de tropas ou a retirada de pessoas por razões sanitárias. Os aparelhos serão usados no sul e leste afegãos. Os soldados franceses poderão reforçar "caso por caso" as tropas aliadas.
Tanto Espanha como Itália reiteraram a decisão de não aumentar seus contingentes, de 650 e 1,8 mil soldados respectivamente, assim como de não modificar as condições de participação, exceto para as já mencionadas situações de emergência.
O comandante-em-chefe da Otan, general James Jones, solicita há alguns meses 2,5 mil soldados a mais na perigosa região sul do país, onde 10 mil militares já estão mobilizados, em sua maioria britânicos, holandeses e canadenses.
Com mais de 30 mil soldados mobilizados desde outubro em todo o país, a Otan realiza no Afeganistão a maior operação terrestre de sua história fora da Europa. O fantasma de um fracasso provoca tensões entre os aliados pela magnitude, o papel e a distribuição geográfica das tropas.