Ramonet afirmou que foi aberto um "novo ciclo" na América Latina, "o dos cidadãos e das sociedades", com a chegada ao poder, no dia 1º de janeiro passado, do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, "muito crítico com a globalização liberal".
Na opinião de Ramonet, a população latino-americana expressou de duas formas "o repúdio e a insatisfação" acumulados durante o ciclo anterior (1983-2002), marcado "pela experiência sistemática de políticas econômicas neoliberais".
"Votaram contra os partidos que preconizaram estas políticas ou se rebelaram antes das eleições", disse Ramonet, dando como exemplo a vitória de Hugo Chávez, em 1998, na Venezuela e as manifestações que lhe permitiram voltar ao poder, depois do golpe de 11 de abril do ano passado.
Ramonet também citou a vitória de Lucio Gutiérrez no Equador, no final do ano passado, sem esquecer a de Lula no Brasil e a fuga para o Japão do peruano Alberto Fujimori. "Todos estes sinais políticos indicam claramente que a festa está acabando para os partidários da globalização na América Latina", afirmou.
O número especial do jornal Le Monde Diplomatique, intitulado "América Latina em efervescência", contém vários artigos sobre México, Chile, Equador, Colômbia e Venezuela, um deles assinado pelo escritor colombiano Gabriel García Márquez e dedicado a Chávez.
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