O empresário Antônio José Cressoni, que denunciou a existência de um Fundo de Reserva – devolução de valores recebidos pelas obras feitas na Prefeitura de São Caetano durante a gestão do ex-prefeito Luiz Tortorello – figura, ao mesmo tempo, como vítima e réu.
Segundo o promotor do Gaerco (Grupo de Atuação Especial Regional de Repressão ao Crime Organizado) Roberto Wider Filho, Cressoni pode ser indiciado pelos crimes de fraude em licitação e peculato (desvio de dinheiro público).
No entanto, o terceiro inquérito favorece o empresário. “Observamos que a administração exigiu a devolução do dinheiro pelo serviço realizado, neste aspecto, ele foi vítima de corrupção e não cometeu crime.”
Ontem, a mulher e sócia do empresário, Rita de Cássia Santos Cressoni, afirmou ao MP (Ministério Público) – em depoimento que terminou por volta das 20h30 –, que os responsáveis pelo suposto esquema de corrupção falsificaram documentos emitidos pela Empreiteira Planalto e pela Construtora Cressoni.
Segundo Wider, Rita não reconhece algumas assinaturas como sendo sua ou de qualquer outro empregado da empresa. “Há uma divergência muito grande da assinatura em vários documentos. Agora, será feita uma perícia para confirmar a autenticidade. Mas, o que nos salta aos olhos é que estes procedimentos foram forjados”, pondera o promotor.
Cressoni também afirmou que sua assinatura, na maioria das duplicatas emitidas entre os anos de 2000 e 2002, são falsas. “Nós mudamos o logotipo em 2000 e eles mantiveram o mesmo símbolo anterior”, observou o empresário, que prestará depoimento no próximo dia 29.
Antes de qualquer conclusão, o promotor ouvirá outros empresários que assinaram a documentação e fará a análise financeira das contas bancárias de Cressoni e de sua esposa. “Essas informações demonstrarão se houve corrupção”, conclui Wider.
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