Fábrica de S.Bernardo perde mercado e demite trabalhadores
Queda no faturamento e demissão de funcionários são alguns dos reflexos que os fabricantes de sacolas plásticas enfrentam com a redução na utilização do produto. Em quatro anos, 5 bilhões de sacos deixaram de circular no País, conforme dados do Instituto SócioAmbiental dos Plástico. Em 2007 eram 17,9 bilhões de unidades e em 2011 foram 12,9 bilhões.
Segundo o presidente da Plastivida, Miguel Bahiense, o setor registrou queda no faturamento no ano passado. Sem revelar o valor, o executivo afirma que a soma ficou abaixo dos R$ 500 milhões contabilizados em 2010. "A solução será atender mercados que não tiraram as sacolas de circulação e as empresas de menor porte serão penalizadas."
Esse é o caso da ABC Indústria e Comércio de Embalagens, sediada em São Bernardo. Há 41 anos no mercado - 15 dos quais produzindo sacolinhas para redes como Joanin, Primavera e Chibana -, os sócios Airo Campera e Antonio Giusti relatam que a produção caiu 50% em dois anos, de 75 para 35 toneladas por mês. "A esperança é que os mercados da periferia não tirem as sacolas de circulação", anseia Campera.
No ano passado, a empresa demitiu oito funcionários, e a perspectiva para este ano também não é das melhores. Eles querem produzir sacolinhas biodegradáveis de amido de milho, mas como a matéria-prima é importada da Alemanha há pouca disponibilidade do produto. O presidente da Plastivida acrescenta que são fabricadas 70 mil toneladas de resina biodegradável de amido de milho por ano no mundo. "A quantidade vendida para o País é suficiente apenas para produzir sacos biodegradáveis para atender a demanda de dois dias nos supermercados do Estado."
Os fabricantes criticam ainda que as sacolas retornáveis importadas da Ásia não colaboram para gerar empregos na indústria nacional.
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