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Sucesso de empresa familiar depende de conselho administrativo
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
15/04/2010 | 07:00
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A sucessão familiar em empresas é tradicionalmente problemática. Seja por conta da decisão de quem deve assumir as rédeas do negócio, devido ao fato de nenhum dos herdeiros se interessar em dar continuidade ao ‘império', ou porque todos podem querer estar à frente da empresa.

De acordo com o consultor Domingos Ricca, sócio-diretor da DS Consultoria Empresarial e Educacional, o grande problema é que o sonho do pai dificilmente é o mesmo que o de seu filho. "Principalmente quando a empresa é pequena, o empresário faz de tudo, se dedicando 100% ao negócio e muito pouco à família, o que gera uma aversão em seu filho", alega Ricca.

Para lidar com os frequentes problemas gerados na transição da primeira para a segunda geração, o consultor afirma que uma das saídas é estabelecer um conselho de administração para tomar frente das decisões, tendo a presença dos herdeiros em reuniões mensais.

Para o caso de os filhos se interessarem em assumir os negócios, mas haver uma disputa pela direção da empresa, Ricca defende também a adoção de um conselho administrativo para haver isenção afetiva nas escolhas. "Assim, o conselho decidirá quem está mais preparado para assumir o cargo, não havendo grande centralização em torno do fundador e não prevalescendo uma preferência gerada por afinidade", afirma.

INCREMENTO - Apesar da orientação, na Rally Design, empresa familiar de Santo André que fabrica bancos para carros e interiores de veículos, os quatro filhos e o pai formam o conselho de administração.

A Rally, existente desde 1973, emprega hoje 30 funcionários. "Procuramos uma consultoria em 2008 com o intuito de profissionalizar a estrutura de caráter familiar. Buscando alguém de fora para ditar as regras, evitamos que um invadisse a área do outro", explica Michele Perrone, filho que responde pela parte financeira.

A consultoria impactou positivamente já no primeiro ano, gerando elevação de 30% do faturamento. O investimento, de R$ 48 mil, ainda não foi recuperado por conta da crise econômica. Mas Perrone diz que neste ano já será compensado.

Cabe a ele organizar as reuniões semanais do conselho para estabelecer metas e cobrar seus três irmãos, que respondem pelas áreas técnica, vendas e desenvolvimento. Seu pai, o fundador do negócio, hoje apenas aconselha sobre as decisões finais.




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