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Vitórias da Lei Antifumo

Há seis anos, quando o governo de São Paulo aprovou lei proibindo o consumo de tabaco em ambientes fechados de uso coletivo, a polêmica foi grande, dando espaço a acaloradas discussões

Do Diário do Grande ABC
05/06/2015 | 09:26
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Artigo

Há seis anos, quando o governo de São Paulo aprovou lei proibindo o consumo de tabaco em ambientes fechados de uso coletivo, a polêmica foi grande, dando espaço a acaloradas discussões. Afinal, as pessoas estavam acostumadas à presença de fumantes dentro de bares, restaurantes e baladas, além de outros locais. A maioria de não fumantes era obrigada a conviver com a fumaça tóxica do cigarro.

Os estabelecimentos criavam fumódromos ou barreiras invisíveis que separavam as alas de fumantes e não fumantes. Só faltava combinar com a fumaça de não ultrapassar os limites estabelecidos. A lei propôs mudança de hábitos da população, visando combater, sobretudo, o tabagismo passivo, considerado a terceira causa de morte evitável, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).

Foi grande acerto. Após resistência inicial, vencida por meio de intensa campanha de conscientização, os estabelecimentos aderiram à causa, com índice de 99,7% de cumprimento da lei. Logo após a introdução da lei, fizemos pesquisa em cerca de 700 estabelecimentos comerciais do Estado, que comprovou redução de até 73,5% nos níveis de monóxido de carbono no interior desses ambientes.

Agora, estudo inédito, feito pelo InCor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), revelou que multiplicou por três a velocidade com que caíram o número de internações por doença cardiovascular e acidente vascular cerebral após a entrada em vigor da Lei Antifumo. No período entre agosto de 2005 e julho de 2009, a queda na taxa de internação por essas doenças era de 1% ao ano. De agosto de 2009 a julho de 2010, essa queda foi três vezes mais rápida, atingindo 3% ao ano.

A lei teve impacto significativo na redução dos males causados pelo fumo passivo e também ajudou quem queria parar de fumar. Iniciativas similares à lei paulista foram implantadas em outros Estados e municípios brasileiros. Anos depois, o próprio País aprovou lei nacional para garantir ambientes livres de tabaco.

As vitórias da Lei Antifumo representam grande conquista para a Saúde pública. Ao apostar em política de prevenção e promoção da Saúde, o Estado de São Paulo deu passo importante e decisivo para combater as inúmeras doenças a que estão expostos os fumantes e fumantes passivos, contribuindo para reduzir a morbidade e garantindo melhor qualidade de vida a todos.

Jaqueline Scholz é médica cardiologista, diretora do ambulatório de tratamento do tabagismo do InCor (Instituto do Coração) do HC-FMUSP. Tania Ogawa Abe é médica-assistente do ambulatório de tratamento do tabagismo do InCor.

Palavra do leitor

INSS
Estive no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) no dia 1º. Cheguei às 11h30 e longa fila estava à minha espera, somente para retirar senha, que demorou cerca de uma hora e 45 minutos. Não havia fila preferencial e a demora foi inevitável. Quando chegou a minha vez, sugeri que tivessem duas filas, preferencial e não preferencial e seríamos atendidos intercalando as duas filas para agilizar o atendimento. A sugestão não foi acatada. A senha me foi dada às 12h48. Fui atendida às 15h40. Apesar de ter a senha de prioridade, a demora é exorbitante, castigando o povo, que não tem culpa da falta de funcionários. Nada a reclamar com relação aos funcionários e sim elogiá-los, pois são muito atenciosos e prestativos com os menos favorecidos, sanando dúvidas e orientando, na medida do possível. Vergonha é ver o governo tratando o povo como inferior.
Lucia Calvitti Rodrigues
Santo André

Virtudes
Há 31 anos em Santo André, é uma satisfação escrever para esta Palavra do Leitor. Expresso vontade em palavras e meus atos colaboram no que posso com as pessoas que se aproximam de mim. Dessa forma, acredito que se cada um de nós fizer o mínimo de bom com nossos semelhantes, não corrigiremos todo o universo, mas estaremos contribuindo para diminuir desigualdades. Sei que são impossíveis igualdade e perfeição, mas a virtude da vida é fazer os outros se sentirem bem e isso nos fortalece, porque, ao fazer os outros se sentirem bem, na verdade estamos fazendo bem a nós mesmos. Não podemos desistir jamais de lutar por nossos ideais. O País está carente de valores, que não podem ser esquecidos, devem acompanhar o tempo. Refiro-me ao fraterno e ao ético, que nos dias atuais estão se perdendo no tempo. Não se constrói grande nação sem educação e acredito que as escolas deveriam educar também incentivando esses valores, pois a família é a base e a escola, o material que dará continuação ao progresso da vida. Devemos acreditar em nós mesmos ao invés de esperar só dos outros.
José Carlos da Silva
Santo André

Meio ambiente
Pouco ou nada temos para comemorar, nem mesmo as matérias dos jornais e das televisões feitas na semana do meio ambiente. Ninguém falou nada, nem mesmo as crianças foram lembradas para ações nas escolas, que estão em greve pela falta de capacidade dos governantes na valorização dos professores. A não ser as notícias trágicas para a natureza, como o aumento do desmatamento na Amazônia para o plantio de soja e na transformação de nossas florestas em pastagens para os bovinos supostamente orgânicos. A mais triste veio com relação à licença concedida a Shell pelo governo norte-americano para exploração do petróleo no Ártico, onde especialistas já confirmaram que o mundo está com excesso do mineral. Mas a ganância das empresas que exploram os recursos naturais não tem limite, mas eles terão um preço, o troco da natureza. Pelas leis da causa e efeito, especialistas garantem que pode ser a maior tragédia. Se soltarão milhares de icebergs, que flutuarão pelos mares e aos humanos restará a sentença de morte para milhões de pessoas. Será a morte por afogamento. Até a matriz da Shell, em Londres, poderá ser engolida pelas águas.
José Pedro Naisser
Curitiba (PR)

Educação
Triste realidade. Sem questionar a justeza das reivindicações por melhores salários e condições de trabalho, pois elas os são, testemunhar cenas de selvageria daqueles a quem depositamos, entre outras instâncias, as esperanças e perspectivas de um futuro melhor para a nação, se pegando de porrada nas ruas lembrando briga de gangues ou de torcidas organizadas. Com que ânimo eles voltarão ao trabalho? Sim, pois um dia, até a próxima greve ideológica, eles voltarão. Como encararão seus alunos? Luiz Nusbaum
Capital

Transparência
Como a lisura, transparência não faz parte da agenda petista de governar, foi necessária uma decisão do STF, para que o BNDES entregasse ao TCU (Tribunal de Contas da União) os documentos das condições de como foram realizadas as operações de crédito com o Grupo JBS. A presidente Dilma, com esta dura, porém justa, decisão do Supremo, tremeu nas bases, já que recém havia vetado um projeto aprovado pelo Congresso que exigia o fim do sigilo nas operações do BNDES, uma vez que os recursos utilizados são dos contribuintes. Finalmente o Planalto, tentando se afastar de um possível crime de responsabilidade, autoriza o BNDES para que divulgue, como já fez, todos os dados das operações do banco. Inclusive aquelas para países como Cuba, Angola, República Dominicana, em que se confirmam com taxas baixas de juros, tampouco acessíveis para empresas brasileiras! Depois de anos de negativas para dispor os números para sociedade brasileira, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, parece ter assimilado bem o tom da demagogia petista, porque na sua declaração à imprensa, o faz como se esta divulgação doravante dos contratos do banco fosse uma decisão espontânea do governo! Já que afirma: “O BNDES está dando um grande passo em matéria de transparência. A instituição se tornou a instituição financeira mais transparente entre os bancos de desenvolvimento e bancos de oficiais de exportação do mundo inteiro”. Não é uma gracinha... Na realidade, cresce o temor pelo impeachment!
Paulo Panossian
São Carlos (SP)
 




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