O lançamento do movimento coincidiu com a presença no local do ministro da Agricultura, Francisco Turra, e do secretário da agricultura do Estado de Sao Paulo, Joao Carlos Meireles. Além de entregarem ao ministro e ao secretário um documento com reivindicaçoes em favor do Proálcool, os empresários e trabalhadores percorreram em comboio formado por aproximadamente 800 caminhoes e tratores 20 Km que separam Ribeirao Preto de Sertaozinho considerada a principal cidade produtora de álcool do país, seguindo até o local onde o ministro Turra fez a abertura da feira de negócios.
O movimento contou ainda com a presença do deputado federal Luiz Antonio de Medeiros (PFL), que intermediou o encontro de um grupo de representantes dos empresários e trabalhadores com o ministro da Agricultura. Medeiros confirmou ainda para a primeira quinzena de maio que o movimento será estendido para Sao Paulo, onde vai-se buscar a adesao dos sindicatos de trabalhadores tanto ligados à Força Sindical como a Central Unica dos Trabalhadores (CUT).
" Precisamos unir os trabalhadores de toda cadeia produtiva, mesmo porque o desemprego transformou-se num problema generalizado", afirmou Medeiros. Em Sao Paulo a intençao é colocar mais de duzentos tratores e caminhoes bloqueando a Avenida Paulista, ao mesmo tempo em que programa-se a distribuiçao gratuita de açúcar e álcool para a populaçao no local do protesto. Segundo o secretário paulista da Agricultura, o movimento iniciado ontem em Ribeirao Preto " é consequência de uma crise sem precedentes na história do setor sucroalcooleiro, sendo questao de honra para o governo de Sao Paulo encontrar uma soluçao para os problemas que tem gerado desemprego no setor e desaquecimento da produçao".
Segundo estimativas dos diversos sindicatos de trabalhadores do setor, a quatro anos as usinas e destilarias empregavam pouco mais de 650 mil pessoas em todo o Estado de Sao Paulo, contra aproximadamente 400 mil atuais. Somente na regiao de Ribeirao Preto, que produz 33 % do álcool e 27% do açúcar brasileiro, já sao mais de 100 mil postos de trabalhos fechados. Além disso, o setor amarga um estoque de quase 1,5 bilhao de litros de álcool em Sao Paulo, e está no começo de uma nova safra sem mercado para escoar a produçao e mesmo estocá-la.
No documento entregue nesta segunda ao ministro da Agricultura, os empresários e trabalhadores do setor apresentaram sugestoes que consideram eficientes para a retomada da geraçao de emprego com a estabilidade do setor produtivo. O documento reivindica a imediata adiçao de 3% de álcool no diesel, já aprovada e recomendada pelo Ministério da Ciência e da Tecnologia. " Só isso garante o escoamento de 700 milhoes de litros de álcool", disse o secretário paulista da Agricultura.
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