Faltando dez voltas para o final do GP da Malásia, o observador mais atento diria que alguma coisa estava fora da ordem no segundo pelotão da corrida, a segunda da temporada da F-1. Em sexto lugar, Felipe Massa, que tinha largado na última fila. Colado nele, Michael Schumacher, que havia partido de 14º no grid. No "pitwall" da Ferrari, figuras conhecidas como Ross Brawn e Jean Todt acionavam seus rádios.
Michael vinha rápido, tendo saído de seu segundo pit stop para encontrar o novo companheiro de equipe com pneus mais desgastados e, até ali, zero ponto no campeonato. Para o alemão, segundo no Bahrein e aposta mais concreta do time para lutar pelo título, qualquer ponto seria importante. Desfecho esperado? Uma ordem de boxes para Felipe abrir caminho para o heptacampeão.
Mas, realmente, alguma coisa estava fora da ordem. Foram dez voltas de expectativa, com Schumacher sempre a menos de um segundo do brasileiro, e nada de Massa abrir. Simplesmente não houve ordem nenhuma. Felipe chegou na frente, em quinto, com Michael em sexto - nesse ínterim, Heidfeld, que estava na frente dos dois, quebrou.
"A gente viu que a F-1 hoje em dia mudou um pouco", disse Massa sorrindo quando questionado sobre as comunicações de rádio. Schumacher não se importou. Ao contrário, cumprimentou Felipe às gargalhadas e elogiou o parceiro. "Eu não estava rápido o bastante para ultrapassá-lo, e ele não cometeu nenhum erro."
De certa forma, a Ferrari inflou o peito por seu "fair play". Se fosse qualquer outra equipe, a atitude de liberar seus pilotos para a disputa não surpreenderia. Mas como pelos lados de Maranello, nos últimos anos, nunca ninguém escondeu suas prioridades, a atitude foi recebida com espanto. E o curioso é que a equipe mal tocou no assunto. "Estamos felizes com os pontos que conquistamos diante de tantas dificuldades, e Felipe mereceu", disse Jean Todt.
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