Uma boa campanha na Copa do Mundo da Alemanha poderá dar ao futebol de Trinidad e Tobago munição para vencer a briga com o cricket, pelo posto de esporte mais popular do país. Debutante no Mundial, a ex-colônia britânica terá o grande desafio de encarar, pela primeira vez no universo da bola, a ex-metrópole, a Inglaterra. O futebol chegou a Trinidad e Tobago graças a um legítimo representante da terra onde nasceu o esporte mais popular do planeta. Em 1890, o inglês Thomas Boyd solicitou à família o envio de uma bola de futebol. Ele já praticava o esporte na pátria de origem e formou o primeiro clube na ilha caribenha, o British Rovers, com outros colonizadores britânicos.
A equipe viveu por pouco tempo, mas o suficiente para que Boyd fosse nomeado o primeiro presidente da Associação de Futebol Amador Trinidadiana (Tafa), em 1908. A prática do futebol era exclusiva dos brancos e colonizadores britânicos do norte do país. Com o início da Primeira Guerra Mundial, vários colonos retornaram à Inglaterra para lutar e os nativos, em contrapartida, ganharam espaço na modalidade.
Embora popular, o futebol de Trinidad e Tobago esperaria 90 anos pela profissionalização. Apesar de ter sido reconhecida pela Fifa em 1962, após a independência, a Associação se transformou em uma Federação em 1998. A partir daí, os campeonatos nacionais foram unificados.
De carrasco a coadjuvante – O principal destaque da seleção de Trinidad e Tobago é o atacante Dwight Yorke. Embora tenha começado sua carreira na ex-metrópole, será com a camisa de seu país de origem que o veterano, de 35 anos, pôde, enfim, tirar o nome da lista de craques que nunca foram à Copa do Mundo.
Veloz, o atacante foi descoberto pelo técnico do Aston Villa durante uma turnê pela Inglaterra em 1990. Por causa de uma série de contusões, o atleta demorou para se firmar no clube inglês. Oito anos mais tarde, Yorke se transferiu para o Manchester United. Viveu a melhor fase da carreira e fez parte do time que papou tudo em 1999: os títulos da Copa da Inglaterra, do Campeonato Inglês e a Liga dos Campeões da Uefa. Coincidentemente foi um dos carrascos do Palmeiras no Mundial Interclubes de 1999.
A lua-de-mel com o Manchester United terminou em 2002, quando perdeu espaço no time e se desentendeu com o técnico Alex Ferguson. A carreira entrou em decadência e o jogador se transferiu para o australiano Sydney FC, que fez uma campanha modesta no último Mundial Interclubes vencido pelo São Paulo.
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