Esportes Titulo
Ricardo Teixeira: mesmo sem o ouro, Luxemburgo fica
Por Fernao Silveira
Do Diário OnLine
22/08/2000 | 01:46
Compartilhar notícia


O presidente da Confederaçao Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, garantiu, nesta segunda-feira, em um programa de televisao, que o técnico da Seleçao Brasileira, Wanderley Luxemburgo, fica no cargo mesmo após um possível fracasso nas Olimpíadas de Sydney - quando o Brasil vai lutar pela inédita e sonhada medalha de ouro no futebol.

Conversando com o jornalista Wanderlei Nogueira, da Rádio Jovem Pan e TV Record, no programa Esporte Record, Teixeira explicou que Luxemburgo é um programa a longo prazo que tem alguns estágios intermediários a serem cumpridos. "O projeto nosso é para 2002, passando pela Copa América, Campeonato (Copa) das Confederaçoes e Olimpíadas", disse.

Ele afirmou que a escolha de Wanderley Luxemburgo para o cargo na Seleçao foi uma escolha pessoal e garantiu pleno apoio ao treinador, mesmo nos momentos mais difíceis. "Nao se pode ficar trocando de técnico."

Apesar de priorizar a Copa do Mundo, o presidente da CBF ressaltou que o momento é propício à conquista em Sydney. "Essa é a grande chance de ganhar a medalha de ouro", disse, lembrando que a partir dos Jogos de 2004 o futebol deverá passar a ser disputado por equipes Sub-18, e nao Sub-23, como é hoje.

Perna de pau - Quando questionado sobre a acusaçao de que o presidente da CBF nao gosta de futebol, Teixeira respondeu com ironia: "É uma das muitas verdades". Logo em seguida, disse que é "o homem que mais foi a Copas do Mundo", viajando para acompanhá-las desde o mundial de 1974, na Alemanha, 15 anos antes de assumir a Confederaçao. Ele afirmou também que levou a família toda para assistir à final do Mundial Interclubes de 1981, em Tóquio, entre Flamengo e Liverpool (da Inglaterra).

Além de declarar seu amor ao futebol, o presidente disse que participa diretamente dos procedimentos que envolvem a Seleçao. Cobra, fala mal e opina, quando acha necessário. Ele contou que recebe as listas de convocaçao com antecedência e intervém caso veja "algum absurdo" na relaçao. "Eu sou um dos que mais criticam a Seleçao quando ela precisa ser criticada", declarou. Teixeira contou também que o técnico do Brasil escuta seus conselhos e permite a argumentaçao, assumindo quando está errado. "Ele é muito ouvinte", revelou.

Medalhoes - Mesmo com Luxemburgo assegurando a cada derrota que o Brasil vai disputar a Copa de 2002, Teixeira nao vê com o mesmo otimismo as perspectivas dentro do caminho Sul-Americano para o Mundial do Japao e da Coréia. "Cada jogo das Eliminatórias é uma medalha de ouro", comparou. "A minha medalha de ouro é contra a Bolívia", completou o dirigente.

Para amenizar a situaçao ruim, Ricardo Teixeira lembrou de dificuldades enfrentadas nas Eliminatórias para a Copa de 90, quando Sebastiao Lazaroni foi taxado de "bairrista" pela imprensa de Sao Paulo; recordou as agruras na trajetória para o Mundial de 94, com a torcida e a imprensa pedindo a cabeça de Carlos Alberto Parreira e Zagallo. "E o time foi campeao depois", ressaltou.

O presidente da CBF disse estar decepcionado nao com o técnico, mas sim por nao ver "uma vontade efetiva de luta em alguns jogadores" e taxou de "ridículas" as atuaçoes contra o Uruguai e o Chile.

Uma possível explicaçao "dentro do contexto" para a má fase pode estar nos estrangeiros, segundo o presidente da CBF. Ele acredita que os jogadores acabam nao assimilando o momento difícil porque nao estao no Brasil quando as cobranças apertam mais. "Eu vou para o Rio e sou criticado. O Wanderley vem para Sao Paulo, depois vai para o Rio, e também é criticado. Os jogadores vao embora para o exterior e nao ficam para receber as críticas", declarou, revelando que foi cobrado em casa pelos filhos após a derrota para o Chile.

Na lista mais recente das Eliminatórias, para o jogo contra a Bolívia, Ricardo Teixeira apoiou os cortes de nomes certos como Dida e Roberto Carlos, dando a entender que ajudou na decisao de Luxemburgo. "Ele é funcionário da CBF. Ele é técnico da Seleçao Brasileira. Nao é técnico do Rivaldo, nao é técnico do Dida", alegou. "Ele tem que fazer o melhor para a Seleçao, e nao para o jogador", completou.

O dirigente afirmou que nao havia qualquer problema com Romário e que sua presença seria confirmada assim que ele se encontrasse em uma boa condiçao física. Ele admitiu, porém, que o atual momento carente de bons nomes na linha de frente contribuiu muito para a volta do Baixinho. "Todos que tinham que passar por ali, já passaram", analisou, citando nomes como Luizao e Marques.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;