Sindserv cobrou que vereadores rejeitassem proposta do governo Grana, que mudou percentual; projeto será apreciado na terça
Pressionados diante das manifestações de servidores no plenário, a Câmara de Santo André adiou ontem o projeto de reajuste salarial ao funcionalismo público que constava na lista de pauta e ficou acertado para entrar em votação na terça-feira. A proposta do Executivo foi alterada de última hora, mas ainda não agrada a classe, que reivindica mínimo de reposição da inflação em única parcela. O texto protocolado no Legislativo prevê o pagamento do acréscimo em duas partes iguais de 4%, sendo a primeira em abril, retroativa, e outra em dezembro. Representantes da categoria usaram mais uma vez a tribuna da Casa para pedir rejeição à matéria, o que provocou a protelação.
A postergação do projeto teve consentimento do Paço. Apesar da situação, segundo informações, é pouco provável que o índice seja ampliado por parte do governo Carlos Grana (PT). A proposta anterior era fragmentada em 3% e 5%, respectivamente, números que foram reprovados pelo Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos), em assembleia, na quarta-feira.
O secretário de Governo, Arlindo José de Lima (PT), apontou que a administração petista já cedeu e não há condições financeiras para antecipar valor maior na parcela inicial. “O caixa não suporta. Só esse 1% de diferença na primeira (etapa) a pedidos dos parlamentares dá impacto de quase R$ 3 milhões”. A projeção total é de R$ 31 milhões.
O vereador Donizeti Pereira (PV) considerou positivo o adiamento para dar margem de diálogo entre sindicato e Prefeitura, embora admita que a gestão sinalizou que “mais que isso é impossível”. Para o verde, abre-se nova oportunidade de negociação, sem intransigência até porque a elevação não entraria na folha salarial de maio, fechada no dia 19. A majoração deve ser inserida no próximo dia 15. “Dá tempo a mais para conversa. Se for possível melhorar a proposta, ótimo, caso não haja essa chance, votamos na terça.” O parlamentar Eduardo Leite (PT), por sua vez, citou que a categoria tende a fazer contraproposta. “Eles podem apresentar outra oferta.”
Presidente do Sindserv, Carlos Alberto Pavan alegou que a protelação “cumpriu parte do objetivo” – aproximadamente 70 pessoas participaram do protesto na Câmara, com faixas e cartazes. Frente ao caso e encaminhamento da proposta, os vereadores se reuniram durante uma hora e meia no plenarinho. No encontro, decidiram pela postergação.
O dirigente indicou que aguarda agenda com a cúpula do governo dentro deste período de três dias úteis como última tentativa de modificar o cenário. “Queremos retomar a discussão. Esse percentual não atinge nem o índice da inflação, calculado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), de 8,49%.”
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