As autoridades constituídas, em todo mundo, poderiam aproveitar esse escândalo e, assim, com total apoio da mídia e dos torcedores, promoverem uma radical mudança na forma como é administrado o futebol.
Sabe-se que há problemas morais e éticos na Fifa, nas confederações continentais, nas nacionais e, no caso do Brasil, até em federações estaduais. Mas nada é feito oficialmente. Só se fala do assunto nos bastidores.
Os cartolas alegam que essas entidades pertencem à iniciativa privada e raramente recebem verba pública. Por isso, não aceitam qualquer ingerência oficial.
Mas o futebol é um bem cultural. As leis e regras não têm interferência do Poder Executivo, já há uma legislação capenga e problemática e apenas o Judiciário pode decidir alguma demanda.
Todos os que vivem o mundo do futebol sabem que sobram problemas. O que falta é transparência. Não há clareza nos contratos com patrocinadores, fornecedores de material esportivo e televisão. Por exemplo, uma pergunta que deixa dúvidas: como é decidido o país que vai sediar uma Copa do Mundo?.
Domingo, o Estadão publicou reportagem sobre o contrato que a CBF mantém com uma empresa sediada em paraíso fiscal. As principais decisões sobre a Seleção Brasileira dependem dessa empresa. Isso não é bom, muitas vezes não interessa ao futebol institucionalmente. Mas fazer o quê? O técnico se cala, os jogadores se calam, ninguém fala. No entanto, não se pode alegar ilegalidade. No máximo, imoralidade.
A mudança precisa acontecer de cima para baixo. Começar na Fifa e atingir as federações nacionais. A grande oportunidade chegou.
No Brasil, o Congresso Nacional deveria aprimorar e modernizar a Lei Pelé. Os clubes têm de ser mais favorecidos na revelação de mais jogadores. Empresários e procuradores devem ser enquadrados.
Demissão
Vanderlei Luxemburgo foi demitido, mais pelo seu temperamento e personalismo do que por suas possíveis falhas na direção do Flamengo. É verdade que se o time estivesse ganhando, vários problemas seriam encobertos.
O treinador sabe que seu jeito de ser ajudou e muito a sua saída pela quarta vez do clube.
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