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Imóveis: só dois bancos financiam 100%
Por Gabriela Gasparin
Especial para o Diário
03/01/2008 | 07:03
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Das 38 linhas de financiamento imobiliário oferecidas atualmente pelos oito maiores bancos do País, apenas três possibilitam o financiamento de até 100% do valor do imóvel.

As condições são limitadas a dois bancos: Caixa Econômica Federal e o Banco Real. Os valores máximos de financiamento permitidos são R$ 80 e R$ 120 mil, respectivamente, e o imóvel precisa ser novo. Para usados, o financiamento é de até 80%.

As informações fazem parte de um levantamento divulgado ontem pelo Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo) e revelam que a compra da casa própria exige, na maioria das vezes, que consumidor tenha pelo menos 20% do valor total do imóvel em mãos (possibilidade de 27 das 38 linhas disponíveis).

A realidade, segundo o presidente da entidade, José Augusto Viana Neto, contrasta com a idéia de que está cada vez mais fácil comprar uma casa ou apartamento, embasada em medidas anunciadas em 2007, como aumento do prazo de financiamento para até 30 anos (oferecidos apenas na Caixa e no Santander) e a possibilidade do uso do FGTS em financiamentos de quem ganha acima de R$ 4,9 mil.

“Há 6,5 milhões de pessoas que vivem de aluguel no País. No entanto, as condições que os bancos oferecem são ortodoxas, se a pessoa não tem liquidez, não consegue financiar.”

De acordo com Viana, as instituições financeiras dispõem de todas as garantias de retorno a ainda recebem altíssimos ganhos sobre os financiamentos. Os maiores juros cobrados atualmente, de acordo com a pesquisa, são de 18,61% ao ano, pelo Itaú, em prestações fixas por 15 anos. As menores são de 6% ao ano, na Caixa. No entanto, o valor máximo do bem é de R$ 80 mil na condição. No Grande ABC, imóveis mais em conta são encontrados a R$ 90 mil, em média.

Segundo o presidente da AMSPA (Associação de Mutuários de São Paulo e Adjacências), Carlos Garcia, os juros máximos permitidos pelo Sistema Financeiro de Habitação são de 12% ao ano, o que ainda é muito alto.

“Uma das maiores dificuldades dos mutuários é conseguir conciliar o valor parcelas somadas à taxa de administração, o seguro e os juros”, afirmou. De acordo com Garcia, com três meses de inadimplência, o banco já pode tomar o imóvel do consumidor.



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