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Diagonal cumpriu só 18% de contrato com Marinho

Empresa de irmão de Romero Jucá recebeu R$ 17 mi para regularizar 20 mil lotes; legalizou 3.662

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
17/05/2015 | 07:00
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Andréa Iseki/DGABC


Empresa comandada por Álvaro Jucá, irmão do senador Romero Jucá (PMDB-RR), a Diagonal Empreendimentos e Gestão de Negócios Ltda recebeu, em quatro anos de contrato com o governo do prefeito Luiz Marinho (PT), de São Bernardo, R$ 17,5 milhões para cumprir apenas 18,3% do que consta no convênio assinado em 2011 com a Prefeitura.

A Diagonal foi admitida para “serviços técnicos especializados necessários à implantação do programa de regularização fundiária de assentamentos irregulares”. A meta era de normalizar 5.000 moradias ao ano. Em 48 meses, legalizou só 3.662 das 20 mil projetadas – média de 915,5 por ano.

A companhia detém outro acordo com o governo Marinho. Por meio de consórcio com a Sondotecnica, já recebeu R$ 27,8 milhões da gestão petista para projetar as seguintes obras viárias: trechos 1 e 2 do Ribeirão dos Couros; Linha Camargo (que ligará as avenidas dos Flamingos e José Odorizzi até a Avenida Osvaldo Fregonesi); Corredor Leste-Oeste; e Estrada Riuichi Matsumoto (no bairro Cooperativa).

A Diagonal já foi alvo de investigação da PF (Polícia Federal), suspeita de ser utilizada por Romero Jucá para lavagem de dinheiro de obras públicas. O pedido de apuração chegou ao STF (Supremo Tribunal Federal) por meio do ex-procurador-geral da República Roberto Gurgel, que via indícios de crime de tráfico de influência também. O ministro Dias Toffoli, do STF, optou por retirar o caso da Corte por falta de elementos.

Álvaro Jucá foi apontado em investigações em Roraima como laranja de seu irmão à frente da Diagonal e teve de responder a alguns inquéritos sobre acordos firmados pela empresa e o governo local. Ele nega influência de Romero Jucá na companhia, embora a empresa tenha doado para a campanha ao Senado do peemedebista.

O governo Marinho afirmou que a Diagonal presta todos os serviços contratados corretamente. “Tem cumprido as ordens de serviço emitidas, dentro das metas estabelecidas pela Prefeitura, por meio de assessoria, consultoria, estudos e elaboração de projetos”, informou. “O trabalho em cada assentamento é desenvolvido em dez etapas bem definidas, gerando em cada uma delas atividades, produtos e documentos sob responsabilidade da empresa contratada, todos necessários à regularização fundiária.”

Ainda de acordo com a administração petista, nove áreas vão aderir ao programa de regularização fundiária do Paço neste ano. O que resultará em legalização de 25.000 lotes em andamento. Sem prazo para conclusão. 




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