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Nos presídios do Grande ABC, um celular é apreendido a cada 34 horas
Por Nilton Valentim
Do Diário do Grande ABC
04/05/2015 | 07:04
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A criatividade não tem limites quando o objetivo é driblar a fiscalização e levar celulares para dentro de presídios. Na quarta-feira, no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Mauá, agentes capturaram pombo que, em uma espécie de mochila, levava um aparelho e mais cabo USB. A iniciativa dos criminosos se soma a série de outras tentativas de abastecer comparsas que estão atrás das grades.

Nos quatro CDPs do Grande ABC – Santo André, São Bernardo, Diadema e Mauá – foram registradas, segundo a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo), 160 ocorrências em 2014. Nos primeiros quatro meses deste ano, já foram encontrados 85 celulares, o que equivale a 53,1% do total apreendido no período anterior, ou um flagrante a cada 34 horas.

Imagens cedidas pela SAP mostram o quanto podem ser inventivos os interessados em manter a comunicação com aqueles que estão encarcerados. Vale tudo para driblar a vigilância, desde ‘rechear’ bolos, pães e marmitas até disfarçar o conteúdo em calçados, perna de pau e objetos diversos, como fundo de baldes ou cabos de escovas de limpeza.

Existem também os que tentaram enganar a vigilância com objetos presos ao corpo e se deram mal. No mais inusitado dos flagrantes, o celular estava sob tufo de cabelo estilo black power que foi cuidadosamente removido e depois colado sobre o topo da cabeça. Não deu certo.

Nem mesmo as crianças são poupadas. Adultos mal-intencionados usam os pequenos para driblar a fiscalização na entrada dos CDPs. Há registro de objetos colocados nos tênis infantis e até mesmo junto às nádegas de um bebê com fita adesiva.

Animais também são treinados para cometer atos ilícitos. Além da pomba flagrada em Mauá, uma gata foi capturada em 2013, no CDP de Getulina, no Interior, com equipamentos presos ao corpo. Devido ao peso, o animal caminhava com dificuldades e foi facilmente pego pelos agentes.

Segundo a SAP, quando alguém é surpreendido ao tentar levar objeto proibido para o interior de presídios, é imediatamente encaminhado à delegacia de polícia e elaborado boletim de ocorrência. Seu nome é retirado da relação de visitas da unidade prisional e o detento, a quem ele deveria encontrar, é isolado para apuração do fato. Se for funcionário, é instaurado processo administrativo, que pode levar à demissão a bem do serviço público.

Dos quatro CDPs do Grande ABC, o de Diadema foi o que registrou o maior número de celulares apreendidos em 2014. Foram 80 flagrantes. Neste ano, Mauá está na frente, com 30. São três a mais que o registrado em Diadema (27). Santo André é o que tem os números mais baixos: 19 em 2014 e cinco em 2015. 




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