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Ambulância demora 4 horas para buscar moradora de Diadema

Ildete Nogueira de Figueiredo teve AVC e depende de veículo especial para consultas, porém, precisa esperar todas as vezes

Por Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
03/05/2015 | 07:02
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Celso Luiz/DGABC


A auxiliar de limpeza Ildete Nogueira de Figueiredo, 50 anos, sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) há três anos. Desde então, ela não possui mais movimentos nas pernas e os das mãos são limitados, sendo necessária a locomoção em cadeira de rodas.

Para ir até as sessões de fisioterapia e consultas médicas, ela depende de ambulância cedida pela Prefeitura de Diadema. No dia 23 de abril, ao sair do Hospital Mário Covas, em Santo André, a mulher disse ter aguardado por quatro horas até o transporte chegar.

Segunda Ildete, não foi a primeira vez. “Costuma ser assim. O meu marido agenda o transporte bem antes, assim que a gente fica sabendo da consulta. Chego no horário, mas na volta espero por horas, mesmo ligando logo após sair do médico. Já cheguei a ser atendida de manhã, mas foram me buscar às 20h.”

O marido Genival Félix da Silva, 46, largou o trabalho de pintor para cuidar da mulher. Ele é deficiente visual e não enxerga de um olho. O casal vive com o benefício assistencial do governo do Estado, Renda Cidadã, Bolsa Família e doações. O valor não chega a R$ 200.

“Como pode ter esse descaso com os pacientes? São tantas pessoas que dependem desse serviço e poucos veículos, ou seja, um monte de gente sem condições deixada ao acaso”, lamentou emocionado.

Por conta das condições financeiras, Silva solicitou doação de fraldas geriátricas à administração municipal por três vezes e não foi atendido em nenhuma. Segundo ele, os funcionários alegam não ter o suprimento. “Não temos dinheiro para nada. Na geladeira, é só a comida doada. A gente só pede ajuda porque realmente não tem nenhuma condição”, afirmou.

Questionada, a Prefeitura de Diadema reconheceu, que na data citada, a paciente foi transportada para o Mário Covas às 12h19, chegando ao local às 13h21. Segundo eles, a solicitação para transporte de retorno foi feita às 15h17, o que a família nega, e a ambulância chegou às 17h05.

Segundo a nota, para que o veículo com maca não ficasse parado no local, foi utilizado para transporte de outros pacientes que também solicitaram o serviço. “Vale ressaltar que, no dia do acontecido, foram feitas 62 transferências, das quais apenas sete possuíam agendamento prévio.”

A Secretaria de Saúde possui apenas cinco ambulâncias para realizar esse transporte específico. Há previsão de que até o fim do mês, mais três veículos sejam disponibilizados.

Em relação à solicitação de fraldas geriátricas, o município alegou que não possui o item em sua lista de insumos. A orientação da Pasta é que o paciente procure a assistente social da UBS (Unidade Básica de Saúde ) onde está cadastrado para orientação. 




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