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Sem braços e pernas, paulista sempre quis ser DJ
Caroline Ropero
Especial para o Diário
19/06/2011 | 07:00
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O paulistano Pedro Pimenta, 20 anos, sempre quis ser DJ e produtor musical. Há muito tempo, a música faz parte da sua vida, por meio dos acordes da guitarra. Mesmo assim, nunca deixou os estudos de lado e manteve rotina como qualquer adolescente, ao lado da família e amigos. No entanto, enquanto se preparava para cursar Administração, a vida o levou por um caminho diferente do que desejava.

Em setembro de 2009, descobriu que havia contraído meningococcemia, infecção causada por bactéria (tipo de meningite) muito grave. "Não me senti bem durante o dia e na madrugada a infecção já tinha tomado conta, com poucas chances de sobrevivência", lembra o garoto. Uma das consequências da doença foi a destruição dos tecidos dos braços e pernas; por isso, precisou amputá-los.

Ficou internado no hospital durante cinco meses e meio, período em que não perdeu tempo. Agradeceu por estar vivo e fez o que mais gosta: passou a produzir música eletrônica com o irmão. "Depois disso, percebi que essa era ótima alternativa, me salvou de ficar deprimido."

As primeiras próteses para as pernas foram feitas em São Paulo. Depois, foi para os Estados Unidos colocá-las também nos braços, quando decidiu ficar por lá para fazer a reabilitação dos membros inferiores. Aproveitou para estudar produção musical e discotecagem.

Para entrar na profissão, Pedro precisou de muito treino com as próteses para ficar craque no controle e precisão dos movimentos dos braços e ter preparo físico e equilíbrio das pernas. "Agora, essas limitações são mínimas e não me incomodam tanto."

O garoto mora com os pais em Alphaville, onde mantém um estúdio para produzir house music, estilo musical que pode ser considerado vertente do pop da década de 1970. Discotecou em várias baladas e já foi convidado como DJ até no Exterior. "A musica é paixão, sinto-me completo e realizado. Sou grato pela atuação que ela tem em minha vida", afirma Pedro, que planeja continuar estudando e seguir a carreira de engenheiro de som ou de prótese.

A experiência pela qual passou não o guiou só na carreira profissional. "Aprendi que a vida é baseada nas coisas simples, como as relações com as pessoas e os bons momentos que divide com elas. Com certeza, hoje sou um ser humano melhor."




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