A preocupação com o comportamento da inflação voltou a ganhar força ontem, após a divulgação do IPCA-15 e do IGP-M, ambos acima do teto das previsões dos analistas.

Os indicadores fortemente pressionados recomendaram uma postura mais cautelosa do investidor em relação à perspectiva para a política monetária no ano que vem, o que engordou os prêmios dos contratos de juros futuros.

Nas Bolsas, os principais índices em Wall Street tiveram forte oscilação e operavam perto da estabilidade no final da sessão, à exceção do Nasdaq, que teve alta firme o dia todo, em reação aos balanços positivos da Oracle e da Accenture, informados ontem.

A Bovespa acompanhou o vaivém das ações nos EUA e encerrou a sessão de lado (-0,01%), com vigor reduzido na última hora do pregão. No câmbio, o dólar no balcão mostrou alta discreta, em um ambiente de liquidez fraca por causa da proximidade dos feriados de final de ano.

O alívio que marcou o comportamento dos juros futuros desde o início da semana durou pouco. Os índices de inflação divulgados pelo IBGE e FGV ontem jogaram por água abaixo as quedas acumuladas nas últimas sessões e as taxas tiveram forte alta ontem. O DI janeiro de 2010 avançou a 12,69%, de 12,47%, e o DI janeiro de 2009 subiu de 11,88% para 12,03%.

O mercado já amanheceu sob o impacto de dois índices de inflação que superaram as estimativas dos analistas.

Pela manhã, a FGV informou que o IGP-M da segunda prévia do mês subiu 1,54%, ante 0,48% em igual prévia de novembro, e ficou muito acima da previsão mais pessimista dos economistas.

A principal pressão veio dos preços dos produtos agropecuários no atacado, que dispararam 5,56%, o maior nível de alta desde novembro de 2002.