Grande ABC registra 983 novos pacientes
infectados entre 12 de março e 15 de abril
O número de casos autóctones de dengue na região (contraídos no próprio município) quadruplicou no último mês. Juntas, as sete cidades registravam 252 pessoas infectadas pelo mosquito Aedes aegypti até o dia 12 de março, que saltaram para 1.235 até o dia 15 de abril. O total de doentes é 107,2% maior que o observado no mesmo período de 2014, quando houve 596 contaminações confirmadas.
O município com maior quantidade de registros autóctones no último mês foi Diadema. A alta foi de 620,6% – passou de 58 para 418 doentes. Em 2014, a cidade tinha 167 pessoas com a patologia.
São Bernardo ganhou 359 novos casos entre março e abril e é o município que mais tem pessoas contaminadas pelo mosquito Aedes aegypti. São atualmente 452 casos autóctones, 386% mais que no primeiro quadrimestre de 2014.
Em Santo André, a quantidade de pacientes com dengue saltou de 48 para 144 entre março e abril. Há um ano, a cidade tinha 48 notificações. De acordo com a Prefeitura, os bairros com maior número de pacientes são Campestre (14), Jardim Cristiane (nove), Jardim Santo André (oito), Vila Eldízia (sete), Condomínio Maracanã (seis) e Valparaíso (cinco).
Mauá tem 119 pessoas infectadas pelo Aedes aegypti, número 417,3% maior que o registrado até o dia 12 de março. Em 2014, o município tinha 23 transmissões autóctones até abril.
No último mês, os casos de dengue de São Caetano saltaram de 30 para 100. O número de pessoas com a doença na cidade é 233,3% maior que em 2014.
Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não registraram nenhum caso autóctone confirmado até o momento.
DEMANDA
O avanço da quantidade de pessoas com dengue já reflete no aumento da demanda nos pronto atendimentos da região. Em São Bernardo, por exemplo, o tempo de espera para consulta com o clínico geral no PS (Pronto-Socorro) Central era de sete a oito horas na tarde de ontem. De acordo com funcionárias do equipamento, é notável a alta de pacientes com sintomas da doença nas últimas semanas.
Uma das pessoas que foram ao PS Central com suspeita de dengue ontem foi a estudante Ilda Cristina de Oliveira, 42 anos. Ela procurou atendimento após dois dias com febre, dor de cabeça e dor no corpo, características mais comuns da doença. Apesar dos transtornos, a estudante saiu de lá com diagnóstico negativo. “Não estou com manchas no corpo. É uma infecção respiratória mesmo”, afirma.
Em Mauá, pacientes que procuraram atendimento com o clínico geral na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Zaíra aguardavam, em média, três horas. Foi o caso da dona de casa Francisca Costa, 52, moradora do Jardim Boa Vista. Depois de cinco dias com os típicos sintomas de dengue, ela foi ao local fazer segundo exame de sangue para tentar confirmar o problema. “Na primeira vez constataram apenas que minhas plaquetas estão baixas”, destaca.
Na UPA Jardim Santo André, em Santo André, o tempo de espera para consulta com o clínico era de três horas, “normal para uma segunda-feira”, de acordo com a funcionária da recepção. Por lá, a autônoma Solange Bernardino, 35, aguardava atendimento com suspeita de dengue há pelo menos duas horas. “Ela está mal desde ontem (domingo), quando chegou da Praia Grande. Vi na TV que lá está com um surto da doença”, disse o pai, Israel Bernardino, 64.
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