Com desempenho recorde neste ano em utilização pelos consumidores, os cartões de crédito requerem cuidados, por conta das elevadas taxas de juros do rotativo, segundo especialistas.

Os cartões ficam na segunda colocação entre os juros mais elevados no mercado, ao registrar taxa média de 10,27% ao mês, ou 223,21% ao ano, de acordo com a Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).

Fica atrás apenas do que é cobrado nos empréstimos pessoais pelas financeiras (11,32% ao mês ou 262,14% anualmente).

A pesquisa da Anefac aponta ainda que, mesmo com a redução gradual da Selic (taxa básica do Banco Central) ao longo deste ano, os juros da modalidade não recuaram. Ficaram, praticamente, estáveis.

A manutenção em patamar elevado não impediu que a utilização do dinheiro de plástico crescesse. Em julho, pela primeira vez na história, com exceção do Natal de 2006, os brasileiros realizaram um volume superior a 200 milhões de transações com cartões de crédito em um único mês.

Segundo o diretor executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira, é importante que se diga que o cartão é um bom meio de pagamento, “desde que se saiba usar”.

A modalidade pode ser utilizada como forma de se programar gastos com o consumo, desde que haja planejamento e recursos na conta na data do vencimento.

Oliveira lembra que na época da inflação alta, as pessoas tinham o hábito de ter dois ou três cartões para se protegerem dos reajustes.