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Paixão pelo teatro

Dani Guedes, de São Bernardo, se apresenta
em monólogo na Capital sobre homossexualismo

Por Vinícius Castelli
03/04/2015 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


A paixão de Dani Guedes pelo teatro apenas surgiu. Não dá para dizer quando e nem como. O que a atriz de São Bernardo pode afirmar é que ainda muito nova já buscava se expressar desta maneira, nos palcos. Era a forma de gritar suas angústias e desejos para o mundo. Agora, aos 34 anos, ela respira esta arte e está em cartaz no Bar D’Hotel Cambridge (Rua João Adolfo, 108 Tel.: 99624-4474 ), em São Paulo, com a peça Arrasada, amanhã, a partir das 21h. A direção é assinada por Ricardo Leitte. As entradas custam R$ 30 e podem ser compradas na porta do local. A peça segue até o último fim de semana de maio, sempre aos sábados.

Texto que foi aos palcos pela primeira vez em 1995, o monólogo, que acontece em um bar, fala de Bia, mulher que vive o amor de outra mulher. De acordo com a atriz, a personagem é muito apaixonada e intensa, assim como ela. “A inspiração vem justamente de mulheres que amam demais, que são apaixonadas pela vida, pelo outro. Que se doam por completo e que não pensam na consequência de um amor sem limites”, explica Dani, que integrou a peça em dezembro, a convite do diretor. O espetáculo conta também com um músico convidado, que se apresenta antes, faz intervenções durante e, ao fim da peça, toca a canção Arrasada, de Ângela Rô Rô. Neste sábado, quem se apresenta é o artista André Barbosa, também da região.

A peça toca em assunto que, ainda hoje, causa polêmica: o homossexualismo. Para a atriz, o preconceito é algo que não cabe mais nos tempos atuais. “Cada um é dono de si e faz da sua vida o que acredita ser bom. Com quem as pessoas se deitam em nada interfere no caráter delas”, diz. “A sociedade está velha, cansada e precisando urgentemente ter seus pensamentos renovados. Todos fazemos parte desta engrenagem, se pudéssemos andar em harmonia seria melhor para todos.”

Dani conta que, entre os desafios deste trabalho, um é o fato de ser monólogo. Ela explica que não existe a troca com o outro ator para dar um ‘respiro’. “Só você pode se ajudar em cena. Se cair não tem ninguém para ajudar a levantar. E não se pode cair, isso compromete o espetáculo. Todos o sentidos devem estar ligados o tempo todo”, explica. Outra dificuldade vencida foi a de interpretar um papel polêmico. “Apesar de ter a mesma força da personagem, nunca amei uma mulher. E entrar neste universo exigiu muita responsabilidade como atriz. A gente deve respeito às pessoas e suas escolhas. Foi um profundo mergulho em outras formas de amar”, conta. A obra traz Bia em clima descontraído, de alguém que tira sarro das próprias desgraças e conta sua história entre um gole e outro de bebida. E as cenas são fortes pela intensidade dramática e não pelo apelo sexual. “Não temos no espetáculo nada que choque pelo lado sexual”, explica Dani.

Ela conta que percebe diversas reações na plateia. Muitos se identificam com a história de amor da personagem. “As pessoas já foram machucadas por conta de uma paixão não correspondida. Todos já sofremos algum tipo de rejeição. E, sinceramente, nunca ouvi comentários sobre a opção sexual do outro.” Com relação à arte, Dani espera que seu trabalho rompa as barreiras do preconceito e tenha poder absoluto de união entre as pessoas. “Que possamos evoluir e nos respeitar como seres humanos e andar lado a lado em busca de uma evolução maior. Viva a arte!.” Após a temporada em São Paulo novas datas e locais devem ser agendados.




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