As competições se encerraram em São Domingo, mas a 14ªedição dos Jogos Pan-Americanos continua a ser assunto na capital da República Dominicana. Esta quarta-feira o jornal Hoy publicou uma reportagem em que o engenheiro Roque Napoleón Muñoz, supervisor de obras da Odepa (Organização Desportiva Pan-Americana), questiona os gastos com a competição e pede a realização de uma auditoria. Segundo ele, o comitê organizador deve somente aos engenheiros responsáveis pelas obras 700 milhões de pesos (cerca de R$ 60 milhões).

Único representante da República Dominicana no COI (Comitê Olímpico Internacional), Muñoz afirma que o Pan já terminou, mas ainda falta a apresentação dos relatórios econômicos do evento. "O que finalizaram-se foram as competições dos atletas nos cenários esportivos. Porém, falta muito trabalho por parte do CoPan (Comitê Organizador dos Jogos Pan-Americanos)". Ele ressaltou que não quer opinar sobre realização do Pan, apenas fazer uma "análise fria" de todos os relatórios.

Muñoz afirmou que os responsáveis pela engenharia trabalharam duro para que a estrutura do Pan estivesse pronta antes da abertura da competição e que mesmo assim ficaram sem receber 700 milhões de pesos. "Isso foi o que eles me disseram, e estou seguro que eles receberão", declarou.

Apesar dos problemas, Muñoz disse ter sido válida a experiência adquirida no Pan e que durante a competição pôde realmente conhecer muita gente com quem convivia há muito tempo, mas que não sabia como realmente pensava. Além disso, pediu reconhecimento aos atletas dominicanos, para ele os "verdadeiros heróis" do Pan. "Estes atletas crioulos deveriam ser os verdadeiros condecorados, que deram tudo de si para buscar os primeiros lugares em suas competições", declarou.