O tribunal considerou provado que o acusado, de 93 anos, é um dos responsáveis pela morte, em 19 de maio de 1944, de 59 prisioneiros políticos detidos na prisão de Marasi, em Gênova, na Itália. Os detidos foram fuzilados em represália por um atentado cometido contra um cinema, que matou cinco soldados da marinha alemã em feriu outros 15.

Segundo a ata de acusação, Engel estava presente no fuzilamento desses soldados italianos, em Turchino Pass, na periferia de Gênova. Os prisioneiros foram colocados dois a dois e, divididos em seis grupos, fuzilados um atrás do outro sobre um túmulo cavado por prisioneiros judeus.

Durante seu processo, Engel negou ter ordenado a morte destes prisioneiros. A promotoria havia exigido a prisão perpétua para o acusado em função da "crueldade" com a qual foi cometida a morte desses soldados.

Na realidade, Engel havia confessado ter escolhidos as vítimas italianas para vingar-se do atentado, mas sempre assegurou ter seguido uma ordem da marinha alemã. No entanto, durante o processo, uma testemunha de 79 anos o acusou diretamente, ao declarar que Engel dirigiu a execução.

Diplomado em filologia, Engel vivia desde o final da Segunda Guerra Mundial em Hamburgo. Ele havia sido condenado à revelia a prisão perpétua em novembro de 1999, em Turim, na Itália, por crimes cometidos em 1944-45.

Durante a guerra, Engel se fazia chamar por Siegfried e tinha sob suas ordens uma companhia da SS em Gênova, segundo a polícia italiana.