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Articuladores começam a discutir divisao de tarefas
Do Diário do Grande ABC
18/07/1999 | 20:25
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O novo Secretário-Geral da Presidência, Aloysio Nunes Ferreira e o ministro das Comunicaçoes, Pimenta da Veiga, ambos articuladores políticos do governo, devem começar a conversar amanha para definir como vao dividir a tarefa. A primeira reuniao oficial do novo comando político do governo deverá se realizar na terça-feira para definir as prioridades nas votaçoes do semestre. Aloysio nega ser um problema dividir tarefas com Pimenta. 'O fenômeno político nao tem ponteiros rígidos``, afirmou. 'Tenho muito respeito pela relaçao existente entre Pimenta e o presidente Fernando Henrique``, acrescentou.

Um dos primeiros problemas será escolher o novo líder do governo no Senado. O senador José Roberto Arruda (PSDB-DF) está cotado para ocupar o cargo, mas o presidente Fernando Henrique Cardoso também pode acabar escolhendo um senador do PFL. O PMDB poderá perder o posto depois das declaraçoes do presidente e líder do partido, Jader Barbalho (PA), dizendo que nao consultará mais o governo sobre assuntos do PMDB, já que nao foi consultado sobre a reforma ministerial.

Também poderá provocar confusao a indicaçao do novo presidente do Banco do Brasil. Um dos cotados para o cargo é o ex-presidente da Caixa Econômica, Sérgio Cutolo. Outro problema será traçar as prioridades do segundo semestre legislativo. O ministro da Integraçao Nacional, Fernando Bezerra, defendeu que a prioridade do semestre seja a reforma tributária. Mas tanto Pimenta quanto Aloysio preferem ouvir os presidentes da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e do Senado, Antonio Carlos Magalhaes (PFL-BA), e os líderes dos partidos aliados antes de tomar uma posiçao. 'Com certeza, daremos ênfase especial à reforma tributária, mas nao sei se ela será a prioridade da pauta``, defendeu Pimenta.

Os dois articuladores admitiram que haverá um novo tipo de relacionamento entre os partidos da base aliada e o governo. Mas ainda no exercício do cargo de líder do governo no Senado, Fernando Bezerra defendeu que o relacionamento entre o governo e os partidos volte ao normal após o episódio da reforma ministerial. Para ele, o fato de o presidente escolher os ministros sem consultar a base aliada nao prejudicará o relacionamento, porque foi mantido o equilíbrio de forças dos partidos no governo. 'O presidente Fernando Henrique ainda precisa dos partidos políticos assim como os partidos também precisam do presidente``. Para o novo ministro da Integraçao, os partidos nao podem esquecer que o desempenho do governo refletirá no desempenho dos partidos nas futuras eleiçoes.

As declaraçoes de Jader Barbalho foram minimizadas pelo novo comando político. 'A reforma veio para melhorar o governo e nao para privilegiar ou discriminar a posiçao dos partidos. Todos ficaram equiparados. Uns acham que ganharam pouco, e outros que ganharam mais. Isso é sinal de que houve equilíbrio``, frisou Pimenta.

Já Aloysio Nunes anunciou a abertura da 'temporada do diálogo`` com os presidentes da Câmara e do Senado, Michel Temer (PMDB) e Antonio Carlos Magalhaes (PFL), e com os líderes da base de sustentaçao governista. 'Vamos continuar definindo juntos a estratégia de aprovaçao das matérias importantes. Nao prevejo mudanças``, afirmou Aloysio. Discreto, ele admitiu, entretanto, que algo pode mudar. 'Vamos discutir as prioridades do semestre e também como vai ficar o nosso relacionamento``, acrescentou Aloysio. Para ele, a falta de consultas nao é motivo para preocupaçao.




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