Uma das principais funções de quem é eleito para o cargo de vereador é fiscalizar. Atuar em nome do povo que o elegeu, no sentido de que as coisas funcionem da melhor maneira possível dentro do município. Assim, o mínimo que se espera de quem ocupa cadeira nas câmaras é que dê o bom exemplo.

Causa estranheza quando uma parlamentar experiente, com sete mandatos consecutivos no currículo, não percebe que um de seus assessores submeteu à sua aprovação documento pelo qual ele havia trabalhado em dias ainda vindouros. Não teria a nobre edil percebido nada de errado no famigerado papel? Ou seria essa prática normal daqueles que lhe prestam serviço?

A vereadora Cida Ferreira ao ser confrontada sobre o ocorrido no seu gabinete, reconheceu ser dela a assinatura. Porém, questionou a veracidade do papel que estava sendo apresentado a ela. Pior, saiu em defesa do servidor que, a bem da verdade, havia lhe enganado. E justificou que o mesmo não se encontrava no local por estar de serviço em outro lugar.

Cara vereadora, não era essa a resposta que seus eleitores gostariam de ter ouvido. Principalmente quando funcionários da Casa de Leis confidenciaram à reportagem deste Diário que o dono da folha de ponto em questão não é visto por eles há pelo menos dois meses no local em que deveria dar o expediente de oito horas diárias, para o qual recebe R$ 3.628,72, mais benefícios, entre eles telefone celular, pagos com dinheiro do contribuinte.

Nesse caso específico, houve tempo para que a senhora solicitasse uma nova folha de ponto no departamento de Recursos Humanos da Câmara e corrigisse as informações prestadas.
Mas e se tal lapso ocorresse na elaboração de requerimento ou durante a votação de um projeto importante para o destino da cidade? Atenção, vereadora. Esse tipo de falha não combina com o cargo que a senhora ocupa.