Em entrevista exclusiva, Nasr demonstrou cautela antes de falar das próximas corridas. O piloto da Sauber evita por enquanto sonhar com posições melhores do que a obtida em Albert Park. "Sonhar alto demais incomoda os outros e acomoda a gente", afirmou.
No comando do carro 12, ele protagonizou a maior surpresa da abertura da temporada. A equipe suíça não tinha nem sequer pontuado no ano passado e na Austrália colocou os dois pilotos entre os 10 primeiros. O nono lugar conquistado pelo sueco Marcus Ericsson teve pouco destaque diante da melhor posição conseguida por um piloto brasileiro em sua estreia na categoria.
As 58 voltas na Austrália renderam ainda uma variedade de sentimentos. "A estreia trouxe uma emoção muito grande que achei que não iria sentir. Depois, pensando bem, acho que foi natural depois de 14 anos de sonho e trabalho duro".
No caminho até a bandeirada, Nasr teve de superar um toque com Pastor Maldonado logo na largada e ainda precisou ultrapassar - e depois conter o ímpeto - do piloto da casa, Daniel Ricciardo, da Red Bull.
Os feitos aumentaram a procura dos jornalistas para conversar com o brasileiro de 22 anos. A imprensa internacional deu destaque a Nasr e até mesmo a organização da Fórmula 1 o procurou para uma entrevista para o site oficial da categoria.
Sem euforia, o piloto sabe que correu na Austrália em condições bastante atípicas, tanto para melhor como para pior. Antes da corrida, a Sauber precisou se defender na Justiça para confirmar a dupla de pilotos, enquanto o holandês Giedo Van Der Garde exigia uma das vagas. O imbróglio tirou a equipe da primeira sessão de treinos livres. "Tudo o que aconteceu atrapalhou a equipe inteira. Na concentração, principalmente", comentou.
Depois de ter garantido o 10.º lugar no grid, tudo passou a conspirar a favor de Nasr. Problemas mecânicos e até a lesão de um piloto (o finlandês Valterri Bottas, da Williams) levaram o grid a ter somente 15 carros. O brasiliense se aproveitou e fez história em uma pista de rua e com características bem diferentes das demais. "Na Malásia tem muita reta longa, o que vai ser bom para a Sauber, que tem boa velocidade final".
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