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UBS Campanário é esquecida

Unidade Básica de Saúde em Diadema começou a ser erguida em 2011 e deveria ser entregue dois anos depois; porém, obra foi abandonada

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
26/03/2015 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


Um esqueleto de concreto, com mato alto e madeira largada ao redor. O que era para ser a UBS (Unidade Básica de Saúde) Campanário, em Diadema, acumula problemas desde 2011, quando foi iniciada a construção. Desde então, as únicas movimentações que foram vistas por lá limitam-se a usuários de drogas, que muitas vezes invadiram o espaço, casais de namorados e insetos.

O abandono é tanto que nem a placa com as informações da obra está mais em frente ao local. No letreiro destruído e caído do lado de dentro do terreno consta que o empreendimento, iniciado em junho de 2011, seria concluído em dezembro de 2013 e teria investimento de R$ 2,1 milhões, com apoio do governo federal. Na execução do projeto, estaria à frente a empresa Ematec Engenharia.

Até a semana passada, qualquer um podia entrar no terreno, mas o operador de máquina José Carlos Santos do Nascimento, 42 anos, que mora em frente à construção, afirma que representantes da Prefeitura fecharam o espaço com tapumes e chapas de alumínio, concluindo o isolamento ontem. A ação, no entanto, dificultou o ingresso de agentes que atuam no combate à dengue, doença que está em situação de surto no Estado de São Paulo. E, segundo Nascimento, ali é criadouro do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus. “Dentro desse terreno está cheio de focos de dengue, pois tem muita água parada. Gasto dois tubos de inseticida por semana para matar os mosquitos que invadem minha casa”, relata ele.

Os moradores próximos à obra abandonada, que fica na esquina da Rua Epiceia com a Avenida Sinésio Pereira, utilizam os serviços da UBS Paineiras, a 1,2 quilômetro de distância e que deixou de atender 24 horas, e da UBS Maria Tereza, que fica 1,1 quilômetro longe. Esta unidade, porém, atua em estado precário. “É uma residência improvisada como UBS”, reclama a dona de casa Cleide Nolasco de Oliveira, 39.

Em janeiro do ano passado, a Prefeitura de Diadema informou que “a Secretaria de Serviços e Obras constatou problemas de ordem estrutural e, por isso, elaborava outro projeto” para a UBS Campanário. Passado um ano e três meses, a explicação continua praticamente a mesma. Ontem, a administração municipal declarou que, devido a problemas contratuais, o convênio com a empresa foi cancelado no fim de 2014. “A Prefeitura está revendo o projeto para adequação da legislação do Corpo de Bombeiros e posterior licitação. Não há data para finalização da obra”, afirmou, em nota.

Desolado com a situação, Nascimento, que trabalhou no início da construção com a terraplanagem do terreno, não tem esperança de ver a UBS em funcionamento. “Acho que até lá já morri.”




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