A guerra deflagrada entre Corinthians e Internacional na reta final do Campeonato Brasileiro ganhou um novo capítulo terça-feira, e, mais uma vez, fora de campo. Inconformada com a decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), que manteve a anulação dos 11 jogos apitados por Edílson Pereira de Carvalho, a diretoria do clube gaúcho teria partido para uma solução alternativa e inusitada. De acordo com especulações, o Colorado estaria oferecendo prêmio extra aos jogadores do Goiás para cada gol que a equipe marcar no Corinthians, na partida de domingo. Para ser campeão, o Inter precisa não apenas vencer o Coritiba fora de casa, como tirar um saldo de cinco gols em favor dos paulistas.
A estratégia, claro, é desmentida pela diretoria gaúcha. "Isso não é verdade. O Inter não se presta a este tipo de negociata", disse nesta quarta-feira, o segundo vice-presidente do Inter, Mário Sérgio Martins.
O dirigente credita esse tipo de comentário ao folclore do futebol. "Se fizermos uma retrospectiva, vamos concluir que esse tipo de boato sempre surge em momentos decisivos", argumenta.
Apesar de não confirmada, a mala-preta é bem recebida no Goiás. "Ainda não estou sabendo de nada, apenas pela imprensa. Se (o incentivo financeiro do Inter) vier acontecer, será um recurso a mais que teremos para ganhar do Corinthians no domingo", comentou o presidente do Goiás, Raimundo Queiroz.
No Timão, a reação foi imediata. O zagueiro Marinho, por exemplo, chegou a demonstrar irritação à suposta iniciativa do Internacional. "É legal isso né?", ironizou. "Ao invés de pagar para os outros, ele deveria investir no time dele", disse, referindo-se ao presidente do Inter, Fernando Carvalho. "Será que ele não confia em sua própria equipe?", questionou.
O meia Carlos Alberto também falou sobre o assunto. "Nunca recebi mala preta, mas tenho certeza que teve muita gente que já recebeu dinheiro para ganhar da gente".
O técnico Antônio Lopes preferiu minimizar o assunto e destacou que sua prioridade é manter a equipe concentrada exclusivamente para o confronto de domingo, contra o Goiás. O treinador vem trabalhando muito nos bastidores do Corinthians e usa reuniões com os jogadores para evitar o clima de euforia, conter a ansiedade e o oba-oba sobre a possível conquista do Brasileiro. Nesta semana, inclusive, pediu para os atletas darem entrevistas apenas no clube. "Houve solicitação, não proibição", explica.
Mas o treinador acabou traído pelo excesso de segurança e acabou revelando, nas entrelinhas, meio que sem querer, que não há como perder este título. "Já dirigi equipes que jogaram pelo empate para ser campeão, mas nunca cheguei a uma grande decisão de Brasileiro ou Estadual nesta situação".
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