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Poucas companhias têm plano de carreira
Por Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
25/04/2011 | 07:10
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Reter um profissional depende de investimentos e plano de carreira. Para aqueles que possuem algum tipo de deficiência, não é diferente. Hoje, apenas 6% das empresas brasileiras possuem plano de retenção para esses colaboradores. É o que aponta o levantamento feito pela Plura Consultoria e Inclusão Social.

Consequentemente, a rotatividade dos profissionais deficientes chega a 80% no mercado nacional. "Entendemos que muitas empresas focam seus trabalhos em contratar e muito pouco esforço é despendido para mantê-los na organização", explica o principal executivo da Plura e responsável pela pesquisa, Alex Vicintin.

"A verdade é que as companhias que não traçam planos de carreiras aos profissionais deficientes, não o possuem para nenhum dos colaboradores. É uma questão de política empresarial", completa Vicintin.

Segundo ele, não é preciso gastar milhões de reais para traçar um caminho profissional a cada um dos funcionários. "Enganam-se os gestores que pensam dessa forma. É preciso fazer alguns pequenos investimentos, como treinamentos e adaptações - no caso dos deficientes."

O estudo mostra ainda que, se levarmos em consideração a cota de inclusão de trabalhadores com deficiência, as empresas que devem contratar esses profissionais no Brasil somam 851.078 posições de trabalho - sendo que, até dezembro de 2009, só 152.537 foram preenchidas.

Os entrevistados ressaltaram que a baixa qualificação/experiência dos candidatos é a principal dificuldade para inclusão, correspondendo a 36,1%, seguida pela resistência dos gestores em aceitar deficientes em sua equipe, com 27,7%. A dificuldade em recrutar diante aos critérios do processo seletivo corresponde a 19,4% (veja tabela ao lado). Para o executivo, as empresas precisam entender o valor de um bom processo seletivo e que treinar um funcionário com limitações não significa gastos, mas, sim, investimento que dará resultados de médio a longo prazo.

A pesquisa foi realizada entre os meses de agosto e novembro de 2010. Participaram 71 empresas de diversos setores, entre eles indústria química e farmacêutica, serviços, financeiro, energia, sindicatos e construção civil. Dentre elas, 65% têm mais de 1.000 funcionários. O número de deficientes contratados por estas empresas, na época em que a pesquisa foi realizada, totalizava 5.578.

LEI

De acordo com a Lei de Cotas (8.213/91), empresas com 100 a 200 colaboradores devem ter em seu quadro 2% de pessoas com deficiência.




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