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Região registra oito casos de dengue a mais neste ano

São 68 pessoas infectadas, contra 60 no início do ano passado; especialista afirma que números tendem a aumentar

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
13/03/2015 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


O Grande ABC registrou até agora 68 casos autóctones de dengue desde o início deste ano. O número é 13,3% maior que o registrado no mesmo período de 2014, quando houve 60 casos. Para especialistas, porém, a incidência da doença tende a crescer nas próximas semanas, assim como no restante do País.

Entre os municípios, o que apresenta maior número de contaminações é Diadema, com 31, seguido por Mauá e Santo André, com oito cada um, e São Bernardo (que só tinha dados até fevereiro) com cinco. São Caetano registrou dois casos contraídos no município e Ribeirão, nenhum.

Ontem, o Ministério da Saúde divulgou levantamento de cidades em situação de risco e alerta. Do total de 1.844 municípios brasileiros que realizaram o levantamento, 340 estão em situação de risco para ocorrência de epidemias e 877 em alerta, incluindo São Paulo. Nenhuma cidade do Grande ABC está na lista.

Segundo o infectologista da Faculdade de Medicina do ABC Munir Akar Ayub, o aumento dos casos é pequeno, mas tende a aumentar. “Esses dados vão ficar mais completos porque nos dois primeiros meses do ano praticamente não choveu. As precipitações começaram de duas semanas para cá. E com a crise hídrica, muitas pessoas guardaram água em casa, o que facilita a proliferação do mosquito.”

A filha de 13 anos da dona de casa Girlene de Fátima Bastos, 41, contraiu a doença. A família vive no bairro Sertãozinho, em Mauá. “Ela tinha muita febre. No começo achavam que era garganta inflamada, mas não tinha inflamação. Depois de cinco dias é que descobriram que era dengue, por meio de uma sorologia. Tenho que levá-la até o hospital todo dia porque o número de plaquetas dela só cai.”

Segundo Girlene, ela toma muito cuidado com a água parada e não tem focos do mosquito em casa. “Moro na Rua Edson Erasmo da Silva e lá uma menina da idade dela também pegou dengue. Acho que o foco está lá, mas não temos certeza, o que dá medo de mais pessoas ficarem doentes”, contou,

No momento não há registros da febre chikungunya, que também é transmitida pelo Aedes aegypti, na região. “Porém, como ela vem do mesmo mosquito, provavelmente vamos ter casos mais para frente. A diferença dela e da dengue é que a febre dá dores muito mais fortes nas juntas. Pode chegar ao ponto de a pessoa não conseguir nem andar”, explicou Ayub.

AÇÕES

Em Santo André, os bairros mais problemáticos são Vila Palmares, Sacadura Cabral, Jardim Ana Maria, Jardim Santo Alberto, Vila Curuçá, Jardim Cristiane, bairro Valparaíso e Cidade São Jorge. Nesses lugares são feitas ações casa a casa, bloqueios e vistorias. Nas atividades, os agentes de Saúde identificam e removem focos e orientam os moradores. Quando é confirmado algum caso, realiza-se a nebulização para diminuir a quantidade de mosquitos no raio aproximado de 200 metros.

Em São Bernardo, os bairros com registro de casos autóctones foram Chácara Inglesa, Jardim Calux, Sítio Bom Jesus, Jardim Thelma, Jardim das Orquídeas, Jardim Nazareth, Conjunto Habitacional Indaiá, Vila Artuélia, Jardim do Mar, Jardim Cantareira, Novo Parque, Pauliceia e Santa Terezinha. A campanha de combate à dengue é intensificada entre os meses de dezembro a abril. Nos locais também há visitas porta a porta e nebulização em caso da doença.

A Prefeitura de São Caetano afirmou que vai realizar uma grande ação até o fim deste mês, mas não deu detalhes.

Diadema realiza trabalho educativo e vistorias em residências e pontos considerados suscetíveis, como ferro-velho, borracharias e cemitérios. Cerca de 65% dos imóveis vistoriados estão fechados ou há recusa do morador em deixar a equipe do Centro de Controle de Zoonoses vistoriar o local. Em breve, uma campanha educativa sobre a dengue será divulgada aos moradores.

 

Em Mauá, o nível de infestação será investigado em abril. Fora isso, os agentes de endemias têm orientado toda a população com materiais informativos. Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não forneceram informações sobre ações de controle.




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