O número de mortos em decorrência da chuva que atinge o Estado do Rio de Janeiro desde a tarde de segunda-feira chegou a 96. De acordo com o Corpo de Bombeiros, 19 pessoas continuam desaparecidas - 15 no morro dos Prazeres, em Santa Teresa, e quatro no bairro Taquara. Pelo menos 1,4 mil estão desabrigados.
Entre os locais mais atingidos estão Niterói, com 49 vítimas fatais, e a cidade do Rio, com 35. As outras mortes ocorreram em São Gonçalo (9), Petrópolis (1), Nilópolis (1) e Pacambi (1). O governador do Estado, Sérgio Cabral (PMDB) decretou luto oficial de três dias pelas vítimas.
O sistema Alerta Rio, da prefeitura, informou que o município entrou em alerta máximo nesta tarde. A medida é caracterizada pela previsão de fortes chuvas e a possibilidade de alagamentos e novos deslizamentos na região. O anúncio foi feito às 15h45.
Veja os estragos provocados pela chuva
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), pediu nesta manhã que a população não saísse de casa para que as equipes de resgate e conservação possam se deslocar pelo município, em caos provocado pela chuva que atinge a cidade desde a noite de ontem. Assim como a rede municipal de ensino, a estadual também cancelou as aulas nesta terça-feira. A medida será ampliada para amanhã, quando as aulas continuarão suspensas.
Em nota oficial, Paes pediu ainda que a população evite grandes deslocamentos principalmente em direção ao Centro. "Todos os pontos da cidade estão alagados. Não adianta tentar chegar ao Centro da cidade. Nosso apelo é que as pessoas não saiam de casa e se preservem até que possamos resolver a situação", afirmou, em entrevista à TV Globo. Segundo o prefeito, a maior preocupação das autoridades é com moradores de áreas de risco.
A Defesa Civil municipal entrou em estado de atenção às 17h de ontem e manteve as equipes nas ruas. "Temos cerca de 2 mil domicílios em situação de risco e essa é uma situação de risco até que a chuva melhore. O que mais nos preocupa é a perda de vidas humanas", destacou o prefeito.
Algumas das principais vias da cidade ficaram completamente alagadas desde o início da noite de segunda-feira e a chuva que continua a cair durante a manhã impede o escoamento total. A Ponte Rio-Niterói teve de ser interditada devido às enchentes.
A Avenida Niemeyer - que liga a Barra da Tijuca, na Zona Oeste, ao Leblon, na Zona Sul - está fechada por causa de um deslizamento. A Praça da Bandeira, na Zona Norte, e a Rua Jardim Botânico, na Zona Sul, permanecem debaixo d''água. "Nós não sabemos se chegamos ao pior momento. Enquanto a chuva persistir, dificilmente a situação de alagamentos vai mudar", disse Paes.
O secretário municipal de Conservação, Carlos Roberto Osório, reconheceu a necessidade de realizar reformas nos sistemas de drenagem da cidade para evitar novos transtornos. "Não há sistema de drenagem que dê jeito na chuva que caiu no Rio desde ontem, mas precisamos de algumas reformas estruturais."
Prejuízos - A Seop (Secretaria Especial da Ordem Pública) da Prefeitura do Rio recuperou até esta tarde 87 veículos enguiçados abandonados pelos motoristas nas ruas da cidade. Segundo a secretaria, os veículos foram deslocados para lugares mais altos, como calçadas e postos de gasolina das imediações.
Também foram retirados veículos inundados ou com problemas mecânicos na Praça da Bandeira, em ruas da Tijuca, do Humaitá, Jardim Botânico e no entorno da Central do Brasil.
Transportes - Os trens no Rio voltaram a operar normalmente às 15h30. Segundo a concessionária SuperVia, a chuva que atinge a cidade desde ontem causou transtornos e alterou a circulação nos ramais Deodoro, Santa Cruz, Japeri, Belford Roxo e Saracuruna. A operação no Saracuruna, na Baixada Fluminense, foi a última a ser normalizada.
Os aeroportos Santos Dumont e o Internacional, o Galeão, operam com auxílio de instrumentos nesta tarde. Devido ao mau tempo, o Santos Dumont ficou fechado entre 6h34 e 9h10 de hoje, de acordo com a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária). Dos 102 voos previstos até às 16h no Santos Dumont, 28 (27.5%) sofreram atrasos e 68 (66.7%) foram cancelados.
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