"Estamos no caminho para ganhar a guerra", disse Jody Williams, uma das laureadas do Nobel pela introduçao do texto intitulado "Há um mundo sem minas", que pode ser consultado na Internet .
O texto analisa a situaçao das minas por todo o planeta: sua utilizaçao, produçao, comércio, armazenamento, limpeza de terrenos minados e assistência às vítimas em todos os países.
Ao apresentar as principais linhas do relatório, Philippe Chabasse, vice-diretor da Handicap International, disse que "a espiral se inverteu". "Tanto no Camboja como em Moçambique, os dois países mais atingidos, o número de vítimas diminui", declarou.
Segundo o relatório, o comércio de minas terrestres está praticamente estagnado. O número de naçoes produtoras baixou de 54 para 16, e apesar de ainda existirem no mundo 250 milhoes de minas terrestres, o ritmo de sua destruiçao intensificou.
Os países que assinaram o Tratado de Ottawa de proibiçao, comércio e utilizaçao das minas terrestres sao 138, mas só 101 o ratificaram.
Três das naçoes que assinaram o acordo -Angola, Burundi e Sudao- ainda estariam utilizando as minas, que já deixaram 600.000 vítimas no mundo. Onze governos e 30 grupos rebeldes continuam utilizando as minas antipessoais.
Os membros da Campanha internacional para a proibiçao das minas descobriram que a maior utilizaçao recente foi das forças russas, contra os rebeldes da Chechênia.
Em Kosovo, no ano seguinte ao ingresso das forças de paz da OTAN, 98 pessoas morreram e 374 ficaram feridas, muitas delas mutiladas por causa das minas.
Além das minas plantadas pelas tropas iugoslavas e pelo Exército de Libertaçao de Kosovo, os encarregados de limpar o terreno devem se ocupar de "15.000 bombas de fragmentaçao lançadas pelos avioes da OTAN que ainda nao explodiram", alerta o relatório.
Desde março de 1999, foram encontradas minas em 79 países, 39 deles vivendo tempos de paz.
O emprego de minas antipessoais por grupos armados representa um pesadelo na Birmânia, Sri Lanka, Nepal, Afeganistao, Angola, República Democrática do Congo, Senegal, Uganda, Somália, Colômbia, Sul do Líbano e Geórgia, segundo o relatório.
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