Alejandro González-Iñárritu, foi melhor diretor por Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância). No ano passado, Alfonso Cuarón recebera o prêmio da categoria por Gravidade, mas não o de melhor filme (que foi para 12 Anos de Escravidão). Iñárritu foi além e ficou também com a estatueta de melhor filme. Venceu Birdman.
Patricia Arquette virou heroína na festa de premiação do Oscar de 2015. Premiada como melhor coadjuvante por seu papel em Boyhood - Da Infância à Juventude, de Richard Linklater, fez um discurso por igualdade para as mulheres. Meryl Streep e Jennifer Lopez deliraram na plateia do Dolby Theatre, em Los Angeles. A reação de Meryl virou meme e, na cobertura online do jornal O Estado de S. Paulo, disparou com o maior número de acessos. Houve momentos da mais pura emoção. Assim como o discurso de Patricia, o de John Stephens e Lonnie Lynn, compositores da melhor canção - Glory, do filme Selma -, tornou-se viral, uma veemente defesa dos direitos individuais e da liberdade de expressão. Mas foi Lady Gaga, na homenagem aos 50 anos de A Noviça Rebelde, que levantou o público. Foi aplaudida de pé na sua recriação de The Sound of Music - "I go to the hills/when my heart is lonely...?
Entrou a própria noviça, Julie Andrews, para apresentar o Oscar de trilha, que foi para Alexander Desplat por Grande Hotel Budapeste, um dos quatro prêmios que recebeu a comédia de Wes Anderson. Os demais, todos merecidos, foram melhor figurino, maquiagem e desenho de produção. Birdman somou também melhor fotografia - um tour de force técnico de Emmanuel Lubezki, com todos aqueles planos-sequência - e coassinado pelo diretor Alejandro González Iñárritu. Neil Patrick Harris fez história na festa aparecendo de cueca, numa referência justamente ao longa do diretor mexicano - mas sua ousadia não se compara à nudez relâmpago daquele cara que passou correndo pelo palco enquanto aquela falsa índia, Sacheen Littlefeather, recusava o Oscar de Marlon Brando por O Poderoso Chefão, de Francis Ford Coppola, em 1972.
Logo na abertura da festa, o apresentador provocou - bem-vindos à plateia mais branca, ops, brilhante de Hollywood. Ele não ia perder a oportunidade de alfinetar. Pela primeira vez em muitos (quase 20) anos, não houve um só afro-americano ou afro-americana entre os 20 indicados nas quatro categorias de interpretação. Damien Chazelle levou três prêmios por seu Whiplash - melhor ator coadjuvante (J.K. Simmons, umas das barbadas da noite), melhor mixagem de som e montagem. Chazelle é cria de Stanley Kubrick, Whiplash é o Nascido para Matar da música. Kubrick dizia que, no cinema, a mais importante é a montagem. Um prêmio mais que merecido para o filme de Chazelle. Veio uma (quase) zebra. Todo mundo apostava no Oscar de filme estrangeiro para o russo Leviatã. A Academia preferiu o polonês Ida, de Pawel Pawlikovski.
Momento de emoção
O compacto de outra festa, a dos premiados honorários. A atriz fordiana Maureen O?Hara, o animador japonês Hayao Miyazaki e o ator, cantor e ativista Harry Belafonte. Maureen recebeu seu Oscar de cadeira de rodas. Miyazaki disse que era um privilégio, ele que está se despedindo do cinema. Estava lá toda a Hollywood black, de Chris Rock a Sidney Poitier e Danny Glover, para a homenagem a Belafonte. Ele, por sua vez, apareceu ao lado de Martin Luther King naquela marcha histórica por direitos que originou o filme Selma, um dos oito indicados. Como a Academia prefere os filmes 'sérios' (artísticos) aos blockbusters, Interestelar, de Christopher Nolan, teve direito somente ao Oscar de efeitos visuais.
A melhor animação do ano foi Operação Big Hero, de Don Hall, inspirado na série de quadrinhos da Marvel. A melhor animação de curta-metragem foi Banquete, que passou nos cinemas brasileiros justamente como complemento de... Big Hero. Com toda sua classe, Meryl Streep conduziu a homenagem aos mortos do ano. "Viverão para sempre na nossa lembrança, como uma inspiração para todos nós." Na sua voz, ficou ainda mais emocionante.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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