O prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), traçou estratégia política de costurar ida de seu primo, o vereador licenciado e secretário de Educação, Marcos Michels (PV), para o PSB na tentativa de minar candidatura própria planejada pelo diretório municipal socialista ao Paço na eleição de 2016. O verde visa captá-los ao seu arco de alianças no projeto de reeleição.

A articulação está sendo tratada de maneira sigilosa, no entanto, comenta-se que o plano foi movimentado diretamente por Lauro após a legenda declarar que vai concorrer ao Executivo, indicando o nome do vereador Vaguinho do Conselho (PSB) como provável cabeça de chapa.

Inicialmente, o prefeito diademense buscou desconstruir a candidatura do PSB ao alegar acordo com o mandatário estadual da legenda, o vice-governador Márcio França. O verde citou que deixou de apoiar o correligionário Gilberto Natalini (PV) ao governo do Estado, em outubro, para aderir à campanha de Geraldo Alckmin (PSDB), que se reelegeu tendo o socialista de vice. Agora, Lauro espera adesão das legendas para sua campanha do ano que vem.

A postura gerou polêmica e provocou repercussão no cenário político. O presidente municipal do PSB, Manoel José da Silva, o Adelson, refutou as afirmativas do chefe do Executivo, justificando não ter sido informado de qualquer acordo pela cúpula da sigla.

Segundo Adelson, o anúncio de Lauro “não faz sentido”. Ele assegura que posicionamentos de acordo não são firmados dessa forma no PSB. Outro político a se revoltar com o discurso do prefeito foi Vaguinho. O parlamentar garantiu que a legenda tem base sólida para sustentar candidatura até o fim do processo eleitoral e aproveitou para alfinetar o verde. “A única coisa que conheço que vem de cima para baixo é raio”, rebateu.

PANORAMA

A trajetória política do PSB de Diadema flutuou entre situação e oposição de maneira frequente. Em 2004 e 2008, depois de ensaiar candidatura própria à Prefeitura, desistiu por compor chapa com o PSDB. Em ambas as ocasiões, representado por José Augusto da Silva Ramos, atualmente secretário de Saúde de Lauro. Na época, a sigla acabou derrotada pelo PT, por José de Filippi Júnior e Mário Reali, respectivamente.

Já na eleição de 2012, os socialistas estavam ao lado dos petistas, que acabaram superados pelo atual prefeito.

Nos primeiros meses da gestão do verde, o PSB decidiu migrar para o bloco de sustentação, com Adelson sendo nomeado secretário de Segurança Alimentar. A aliança perdurou até meados do ano passado, quando houve rompimento por desacordo na composição de apoio à eleição aos cargos de deputado estadual e federal.