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Crise, aumento e juros fazem tombar as vendas de veículos
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
02/08/2005 | 08:10
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Crise política, aumentos sucessivos de preços e taxas de juros elevadas empurraram para baixo as vendas de veículos em julho, segundo a avaliação da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). No mês passado, o setor automobilístico comercializou 138,8 mil unidades de veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus), 6,56% menos que em junho, divulgou nesta segunda-feira a entidade. Foi a segunda queda no ano por esse comparativo do mês ante o mês anterior. A primeira ocorreu em abril, quando foram vendidos 137,7 mil veículos, volume 7,9% menor que o de março.

Em julho, em comparação com junho, houve retração nas vendas em todas as categorias de veículos. O segmento de automóveis (110.037 unidades comercializadas) teve queda de 6,35%, o de comerciais leves (20.619 unidades) caiu 8,16%, o de caminhões (6.806) apresentou resultado 4,06% menor e o de ônibus (8.123) minguou 11,01%.

Para o vice-presidente da Fenabrave e presidente do Sincodives (Sindicato dos Concessionários de Veículos do Estado de São Paulo), Octávio Leite Vallejo, a crise política leva o consumidor a ter receio de entrar em um financiamento e a situação econômica piorar. "Além disso, os juros também estão altos", acrescenta. Para uma inflação prevista de 5,5% no ano, a taxa básica de juros (a Selic) do Banco Central está em 19,75%.

Vallejo também cita os aumentos de preços de veículos como um fator que afugenta o consumidor. Levantamento da agência Autoinforme/Molicar aponta em julho uma alta média de 1,49%. No acumulado do ano, a média de reajustes chega a 6,94%.

As altas dos carros novos estão em patamar bem superior à inflação no período. No primeiro semestre, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Ampliado, indicador oficial da inflação), acumulava 3,16%. Para julho, a maioria dos institutos de pesquisa ainda não anunciou os índices fechados do mês, mas há a perspectiva de taxa inflacionária mensal negativa.

Melhor – Apesar da queda em julho ante o mês anterior, os números de 2005 estão melhores que os do ano passado. Na comparação com junho de 2004, as vendas do mês passado foram 3,64% superiores e nos primeiros sete meses do ano – quando foram comercializados 938,9 mil veículos – há expansão de 9,54% no volume vendido ante o mesmo período do ano passado.

De janeiro a julho, os segmentos de automóveis e comerciais leves comercializaram 883,5 mil unidades, um aumento de 10% ante 2004. No ranking das duas categorias juntas, a Fiat lidera, com 25,42% de participação. Na seqüência, Volkswagen e General Motors estão praticamente empatadas, com 21,85% e 21,83%, respectivamente.

Só em caminhões, a Volkswagen tem a liderança, com 30,52% do total, seguida de perto pela marca Mercedes-Benz, da DaimlerChyrsler, com 29,79%. No segmento de ônibus, a Mercedes está na frente, com 49,72%, e em segundo vem a Volks (24,18%).




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