A dona-de-casa Edna de Lourdes de Lara, 45 anos, tomou um susto quando foi passar roupa na noite do último domingo. Dois morcegos invadiram um quarto que serve de escritório, na sua casa, que fica na rua Londrina, na Vila Linda, em Santo André. Assustada, ela chamou o marido, Carlos Augusto de Lara, 51, aposentado. "Estou com medo até agora de entrar aqui", diz a dona-de-casa.

Com a ajuda do filho, o aposentado levou quase quatro horas para capturar os dois morcegos, sendo que um deles é filhote. "Tivemos de fechar todas as portas e usar um lençol para prendê-los", conta Carlos Augusto. Segundo o casal, não é a primeira vez que os animais aparecem na casa. "Já os vimos umas cinco ou seis vezes, voando pelo escritório. No início pensávamos que era passarinho, mas domingo vimos que era morcego", relata Edna.

Assim que os animais foram capturados e colocados em potes de vidro, o centro de zoonoses da cidade foi avisado. "Ligamos para a Prefeitura, mas eles disseram que esse tipo de morcego não oferece perigo, só se alimenta de frutas e que não tinham previsão para retirar os bichos daqui. Mas como sabem que não oferecem perigo se nem os viram?", pergunta a dona-de-casa.

Para manter os animais vivos, Carlos Augusto pôs frutas e pedaços de carne dentro do vidro, até que os técnicos do Centro de Controle de Zoonoses cheguem. "De repente tem até um ninho por perto e ninguém sabe. Eles podem morder alguém", avisa Edna. A empresária Marcele Veiga Facchini, 30, que mora em frente à casa de Edna, garante que já viu animais suspeitos pela vizinhança. "Já cheguei a ver morcegos voando por aqui, faz uns dias. Quero chamar a vigilância sanitária para que venham vistoriar", completa.

Análise – O CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de Santo André informa que já foi ao local e recolheu os animais capturados, que foram encaminhados para o CCZ de São Paulo, para análise. Só quando o Centro de Controle paulistano enviar um laudo é que o CCZ de Santo André saberá se os animais são ou não perigosos para a população.