Sete dos 18 acusados de integrar o grupo Carecas do ABC que espancaram até a morte o adestrador Edson Néris da Silva, 35 anos, irao a júri popular por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima), por formaçao de quadrilha ou bando urbano, e por tentativa de homicídio com dois agravantes contra o digitador Dario Pereira Netto, 33, namorado do adestrador. A decisao foi tomada na tarde desta segunda pelo juiz José Ruy Borges Pereira, do 1º Tribunal do Júri de Sao Paulo.

Dos sete acusados que vao a júri, dois sao moradores do Grande ABC: José Nilson Pereira da Silva, 27 anos, de Diadema; e Regina Saran, 21, de Santo André. Os demais sao: Juliano Filipini Sabino, Roberto Fernando Gros Dias, Marcelo Pereira Martins, Davi Alves dos Santos Junior e Jorge da Conceiçao Soler. Este último é o único que nao permanecerá na Unidade de Detençao de Osasco. Soler, que confessou o crime e denunciou a participaçao de outros do grupo, cumpre prisao domiciliar por colaborar com a Justiça.

Outros nove acusados foram impronunciados por homicídio e tentativa de homicídio e deverao ser julgados apenas por formaçao de quadrilha ou bando urbano. Sao eles: Edilene Aparecida Pereira Bezerra e Washington Luiz Dias de Oliveira, de Sao Bernardo; André de Souza Silva, de Ribeirao Pires; Adriano Sobral Rodrigues; Eduardo Pereira; Fernando Azadinho dos Santos; Luciano Pereira Teixeira Junior; Luiz Felipe Marcondes Machado e Onilmar Rocha Queiroz. A todos eles, exceto a Onilmar (que já estava em liberdade provisória), o juiz concedeu relaxamento de prisao para que aguardem o julgamento soltos.

A situaçao dos acusados Vanderley Cardoso de Sá e Henrique Velasco (morador de Santo André) continua indefinida, pois seus advogados pediram reconstituiçao do crime, que ainda nao foi realizada. Somente depois da reconstituiçao o juiz poderá definir por qual crime serao citados.

O julgamento dos 18 acusados ainda nao tem data definida, mas poderá acontecer ainda neste ano, caso nao haja recursos por parte da defesa ou do Ministério Público.

Edson foi morto a socos e pontapés no dia 6 de fevereiro, na praça da República, na capital, enquanto passeava com Dario. No domingo, durante a 4ª Parada do Orgulho Gay da cidade de Sao Paulo, que reuniu cerca de 120 mil pessoas, a multidao fez um minuto de silêncio em homenagem ao adestrador, antes do início do show com o cantor Edson Cordeiro.