Edivaldo Santiago, ex-presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de São Paulo, foi libertado da prisão nesta quinta-feira. O juiz Leandro Jorge Bittencourt, da Vara de Execuções Penais de Guarulhos, expediu o alvará de soltura em favor do sindicalista, acusado de envolvimento no assassinato do presidente do Sindicato dos Motoristas de Guarulhos, Maurício Alves Cordeiro, em novembro de 2001.

Além de participação no homicídio, Santiago é acusado de formação de quadrilha, crime contra a organização do trabalho e corrupção. Ele estava preso desde 19 de maio, a pedido da Polícia Federal. Santiago e outros 18 sindicalistas (todos libertados anteriormente) foram acusados de realizar greves a pedido de patrões e cobrar propina para encobrir irregularidades no setor.

Ao ser libertado da carceragem da Polícia Federal, Edivaldo foi recebido pelos amigos com festa. Ele disse que não sabe se tentará presidir novamente o sindicato, mas garantiu que vai exercer a profissão de motorista e se envolverá nas questões da categoria.

Prisão - O sindicalista reclamou ter sido vítima de uma "prisão política". Ele explicou que foi detido para que a prefeita Marta Suplicy (PT) conseguisse implantar o novo sistema de transporte da capital paulista.

Santiago afirmou que vai pedir na Justiça a quebra dos sigilos bancário e fiscal do secretário municipal de transportes de São Paulo, Jilmar Tatto, e do presidente da SPTrans, Gerson Bittencourt. Segundo o sindicalista, a quebra de sigilos comprovaria o envolvimento de membros da Prefeitura em irregularidades do sistema de transportes da cidade.

"Sempre me considerei inocente", garantiu. Ele lembrou que nenhum dono de viação acusado de crimes no setor foi preso. "A Justiça vem adotando dois pesos e duas medidas nesse caso", declarou.

Durante o período em que esteve na carceragem da PF, Edivaldo afirmou ter estudado inglês, francês e espanhol. Ele também fazia exercícios físicos.