"O olfato foi durante muito tempo o mais enigmático de nossos sentidos. Não eram compreendidos os princípios básicos para reconhecer e recordar os aproximadamente 10 mil odores", explicou a Real Academia Sueca de Ciências em comunicado.
"Os laureados com o Prêmio Nobel de Medicina este ano resolveram este problema em uma série de estudos pioneiros, que esclareceram o funcionamento do sistema olfativo. Eles descobriram uma grande família genética, composta por mil diferentes genes (3% de nossos genes) que atuam em um número equivalente de tipos de receptores olfativos. Esses receptores estão situados no receptor olfativo das células, que ocupa um pequeno lugar na parte alta do epitélio nasal e detecta as moléculas odorantes inaladas", diz o texto.
As descobertas dos professores Axel e Buck enfatizam a importância do sistema olfativo na qualidade de vida e no sentido do paladar. "Um bom vinho ou um morango maduro nos ajudam a detectar as qualidades que consideramos positivas", acrescenta o instituto, recordando que um odor singular pode desatar velhas recordações.
A maioria dos odores estão compostos por múltiplas moléculas odorantes e cada uma delas ativa vários receptores olfativos. É então uma cascata de reações que nos permite reconhecer e memorizar cerca de 10 mil odores, explica a academia, enfatizando também a importância que tem o olfato para um recém-nascido em busca do seio da mãe.
Os princípios generais de Axel e Buck para o sistema olfativo "parecem ser aplicados também a outros sistemas sensitivos", assinala a academia, recordando que os feromônios, que têm um papel importante no comportamento social e sexual dos animais, são moléculas detectadas por receptores igualmente localizados no epitélio nasal.
Richard Axel e Linda B. Buck publicaram de maneira conjunta suas descobertas em 1991 e depois seguiram trabalhando em separado. Suas pesquisas foram realizadas com ratos, animais que possuem mais receptores olfativos do que os humanos.
Richard Axel é professor da Universidade de Columbia, Estados Unidos, desde 1999. Linda B. Buck trabalha desde 2002 no departamento de Ciências Fundamentais do Fred Hutchinson Cancer Research Center de Seattle.
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