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TIM fará do pólo plataforma global
Por Hugo Cilo
Do Diário do Grande ABC
03/12/2005 | 08:21
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Com um olho no crescimento do mercado interno e outro na exportação de tecnologias de telefonia móvel, o cérebro da TIM no Brasil entrou sexta-feira em operação, em Santo André. O Pólo Tecnológico da companhia inicia as atividades no Grande ABC para tornar-se, já em 2006, a principal plataforma de desenvolvimento de softwares de celulares aos mercados onde a empresa atua no mundo – inclusive para a Itália, país sede.

Num discurso afinado com Giorgio della Seta – que deixa a direção da Pirelli para assumir em janeiro a presidência da Telecom Italia América Latina, grupo controlador da TIM –, Mario Cesar Pereira de Araujo, presidente da TIM no Brasil, afirmou que o país, ao lado da Argentina, são os únicos mercados onde a empresa pretende permanecer no continente.

“O crescimento da TIM no mundo se dará principalmente a partir do Brasil, que possui incrível potencial de expansão. Escolhemos o Grande ABC como base operacional porque sabemos da capacidade que a região tem em preparar mão-de-obra qualificada, voltada para o desenvolvimento tecnológico. As universidades locais serão importantíssimas nesse novo ciclo de crescimento da TIM”, disse Araujo, ao citar o programa de estágios que a companhia pretende implantar a partir do ano que vem em Santo André, a fim de completar em dois anos a equipe de desenvolvimento de softwares. Serão 400 pessoas na área de tecnologia do Pólo  – 170 já estão em atividade.

Ao todo, 1,5 mil funcionários trabalham hoje dentro da nova sede operacional da companhia – 1.330 no call center (1.130 atendentes e 200 supervisores) e os demais se dividem em outros setores. A idade média dos empregados é de 24 anos. “Precisamos aproveitar essa massa jovem capacitada da região na companhia. Embora qualificada, há uma visível carência de empregos que precisa ser suprida”, comenta Araujo.

Investimento – O Pólo Tecnológico vai custar R$ 262 milhões à TIM até 2008. Desse total, R$ 62 milhões serão financiados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). “O investimento é alto, mas dará retorno garantido. Afinal, um problema comum em nosso setor (de telefonia celular) é o atendimento ao cliente. Qualquer operadora que se propõe a prestar um serviço ao consumidor, tem que fazê-lo bem”, acrescenta o presidente da TIM Brasil.

A construção do centro de operações começou em março deste ano e foi concluída em agosto. Os cinco meses de obras superaram a previsão inicial da empresa, que era de oito meses. Para erguer o Pólo Tecnológico, foi necessária a retirada de um grande galpão utilizado pela Pirelli Cabos, em área de 30 mil m².

Crescimento – Segundo della Seta, o sucesso da TIM no Brasil é resultado também da proximidade cultural. “Viemos ao país para investir e colher o retorno a longo prazo, ao contrário da maioria das empresas estrangeiras que aqui se instalam”, diz Seta. “Nos demos muito bem aqui e na Argentina porque são países que mantêm fortes relações culturais e sociais com a Itália. Entendemos essas diferenças e, por esta razão, a companhia foi a que mais cresceu no ano passado”, completa o executivo.

A TIM atingiu em novembro a base de 18,3 milhões de clientes no país, acompanhando o forte ritmo de crescimento do setor desde o ano passado. Segundo o último levantamento da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), existem atualmente cerca de 85 milhões de usuários de telefone celular no país, e o ano deve fechar com 1 milhão de novos clientes, em resultado  da tradicional guerra de promoções em preços, planos e parcelamentos travada pelas operadoras durante as semanas que antecedem o Natal.

Na previsão do presidente da TIM Brasil, a base de clientes no país deve atingir em 2006 a marca de 92 milhões de usuários – crescimento de 7% em relação a 2005. “Acredito que será um ano de ritmo de crescimento mais lento, já que vimos de 2004 até agora uma expansão de 45%. No entanto, aumento mais lento na conquista de novos clientes não significa menor rentabilidade. Pelo contrário. Queremos faturar muito mais no ano que vem”, diz Araujo, sem arriscar números.




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