A frustração por não chegar a ser um profissional da bola por causa de uma lesão no joelho não acabou com a paixão pelo futebol do chaveiro Manoel Antonio Petriaggi, 53 anos. Para compensar tal decepção, ele apostou nos três filhos - hoje todos jogadores. E para dar peso à tal aposta, colocou em cada um nomes de seus grandes ídolos.
Quem conta a história é um deles: Diego Maradona, 19 anos, irmão de Michel Platini, 18, e Roberto Rivelino, 23.
Maradona, meia-armador como o ex-craque argentino, integra a equipe sub-20 do São Caetano. Natural de Itaporanga, no interior do Estado, chegou ao clube no ano passado, depois de uma carreira de seis anos no Brescia, da Segunda Divisão da Itália.
O jogador conta que ele e Michel foram parar na Itália após participarem de uma peneira no Rio de Janeiro. "Tinha 12 anos e um diretor do Brescia, que acompanhava as disputas, nos convidou para fazer um teste. Ficamos dois meses e depois a nossa família toda foi para lá, porque o Rivelino já jogava na Udinese (outro clube italiano)", conta.
De acordo com Maradona, a decisão de retornar ao Brasil no ano passado surgiu porque o Brescia queria emprestá-lo a um clube da Terceira Divisão da Itália. "Fiquei preocupado com o meu futuro no futebol. Tenho passe livre e achei que seria melhor voltar. Ainda não tinha experiência no futebol brasileiro. Saí daqui muito jovem. Acho que aqui tenho mais chances de dar seqüência para a minha carreira", disse.
O atleta, que ainda traz na lembrança a infância humilde vivida no interior paulista, garante não sentir o peso do nome dado pelo pai. "É um nome como qualquer outro. Não me sinto obrigado a nada porque tenho esse nome. Nunca me imaginei na obrigação de ser como o Maradona ou qualquer outro grande jogador. É apenas o nome que meu pai escolheu para mim."
Evangélico, Maradona diz não ter ídolos. "No futebol tenho apreço pelo Ronaldo. Embora ele não atravesse atualmente um bom momento na carreira, ainda é um dos melhores jogadores do mundo", disse.
Michel continua no Brescia, na categoria sub-20, enquanto Rivelino defende atualmente o Ibiza, equipe da Segunda Divisão B (similar à Terceira Divisão no Brasil) da Espanha. "Minha mãe está na Itália com o Michel e meu pai preferiu voltar para o Brasil comigo. Ele fica em Itararé e, quando tenho folga, vou para lá."
SONHO FRUSTRADO
Ainda de acordo com o atleta do São Caetano, devido à lesão que teve no joelho ainda na juventude, o pai tem até hoje dificuldades para andar. "Ele tem artrose. Quando éramos crianças, ele nos treinava. Ensinou os primeiros fundamentos do futebol. Em seguida nos levou para jogar em um clube da cidade (em Itaporanga). Ele apostou na gente. Espero retribuir para realizar o sonho dele, que era ser jogador profissional."
Quando Maradona chegou ao Azulão, em setembro de 2007, o Campeonato Paulista sub-20 já estava em andamento e ele não disputou nenhuma partida. Também não atuou na Copa São Paulo de Juniores deste ano em razão de já ter ultrapassado o limite de idade.
PLANOS
Em março, o jogador foi emprestado ao Sergipe, mas ficou poucos dias e retornou ao Grande ABC. "Assinei numa quarta-feira para ficar até o final do Estadual. O dia seguinte era o último para inscrição de jogadores, mas perderam o prazo e decidi voltar. Este ano, espero ter oportunidades e, juntamente com meus companheiros, brigar pelo título do Paulista sub-20."
O Azulinho, comandado pelo técnico Dino Camargo, estréia no Campeonato Paulista no dia 27 de julho, diante do São José, em São José dos Campos.
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